“O processo de reestruturação, no essencial, terminou. O próximo ano é o ano [de apresentação] do crescimento e é o ano da rendibilidade do banco”, afirmou o gestor hoje na conferência de imprensa de apresentação de resultados do grupo (prejuízos de 1.329,3 milhões de euros).
De acordo com o responsável que iniciou funções no banco em 2016, a instituição entrará “naturalmente no processo de rendibilidade”.
O Novo Banco “desde o primeiro trimestre terá resultados positivos”, assegurou António Ramalho, não o dizendo “com a coragem do desconhecimento, mas com o realismo daquilo que é o facto de estar a apresentar resultados no dia 26 de março”.
“Seria absurdo da minha parte se não tivesse uma ideia de como é que correu o trimestre”, acrescentou.
Questionado por várias vezes sobre se a última injeção do Fundo de Resolução no Novo Banco será este ano, António Ramalho não esclareceu, dizendo que o final do seu mandato à frente da administração é em 2024 e o acordo para as injeções pode ir até 2026.
“É um acordo até 2025, passível de ser prorrogado até 2026. Como pode imaginar, seria absurdo da minha parte, enquanto este contrato existir, enquanto este seguro do banco existir, dado que ainda não foi utilizado integralmente, eu falar sobre ele”, começou por dizer.
Sendo o seu mandato até 2024, o Mecanismo de Capital Contingente “sobreviverá” a esse período, e “ainda pode ter outro presidente que possa ter pela frente várias crises”.
“Oxalá que o Estado não seja chamado em nenhuma crise futura. Era muito bom sinal que a banca, com o nível de capital que teve, suporte muito bem esta crise como tem estado a suportar até hoje”, disse o gestor.
“Eu ouvi durante não sei quantos anos que isto não tem fim. Eu estou a dizer aos portugueses que isto tem fim”, disse o gestor.
O Novo Banco vai pedir mais 598,3 milhões de euros ao Fundo de Resolução ao abrigo do Mecanismo de Capital Contingente (MCC), para fazer face aos prejuízos de 1.329,3 milhões de euros hoje reportados, relativos a 2020.
De acordo com o comunicado da apresentação de resultados hoje divulgada, “em resultado das perdas dos ativos protegidos pelo CCA [MCC] e das exigências regulatórias de capital, o Novo Banco irá solicitar uma compensação de 598,3 milhões de euros”, superior ao previsto na proposta de Orçamento do Estado.
Assim, “o valor total das compensações solicitadas entre 2017 e 2019 e a solicitar relativamente a 2020 totalizam 3,57 mil milhões de euros”, sendo que o teto de transferências do acordo é de 3,89 mil milhões de euros.
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