“O Novo Banco informa que iniciou o processo organizado de venda de uma participação de até 100% do capital social da GNB Companhia de Seguros de Vida”, lê-se na informação comunicada ao mercado.
Esta informação oficial surge já depois de, esta terça-feira, a imprensa ter noticiado o início desse processo de alienação e de contactos com interessados, tal como confirmado depois pela Lusa junto de fonte oficial da instituição financeira.
Ainda na informação hoje divulgada à CMVM, o Novo Banco dá conta de que “tem a expectativa de concretização de um acordo para venda da GNB Vida durante o último trimestre de 2017”.
A instituição diz que, no âmbito do acordo de venda, será avaliada a possibilidade de os produtos de seguro da GNB Vida serem distribuídos em exclusividade na rede do Novo Banco.
A GNB Vida pertence ao Novo Banco (instituição que resultou da resolução do Banco Espírito Santo - BES) e era já conhecido o interesse do Novo Banco de se desfazer da seguradora (Ex-BES Vida) no âmbito da sua estratégia de se ficar no negócio bancário e doméstico.
Aliás, já em 2015, no plano de recapitalização apresentado ao Banco de Portugal, o Novo Banco dava a indicação de que queria alienar a antiga empresa de seguros do ramo vida do Banco Espírito Santo (BES), o que ainda não tinha acontecido.
Nas contas de 2016, o Novo Banco tinha já constituído uma provisão de 135 milhões de euros para eventual desvalorização do ativo na sequência da sua alienação.
No ano passado, a GNB Vida registou prejuízos de 84,6 milhões de euros.
O Novo Banco teve prejuízos de 290,3 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, uma melhoria face aos 362,6 milhões de euros negativos registados entre janeiro e junho do ano passado.
A instituição está em processo de venda ao fundo de investimento norte-americano Lone Star, após o anúncio do acordo para a alienação feito em 31 de março.
Segundo o acordado, o Fundo de Resolução (acionista único do Novo Banco) aliena 75% à Lone Star, mantendo os restantes 25%.
A Lone Star não pagará qualquer preço, tendo acordado injetar 1.000 milhões de euros no Novo Banco para o capitalizar, dos quais 750 milhões entrarão quando o negócio for concretizado e os outros 250 milhões até 2020.
Já o Fundo de Resolução ficou com a responsabilidade de compensar o Novo Banco por perdas que venham a ser reconhecidas com os chamados ativos 'tóxicos' (crédito malparado e imobiliário) e alienações de operações não estratégicas, caso ponham em causa os rácios de capital da instituição, no máximo de 3,89 mil milhões de euros.
A concretização do negócio ainda está sujeita a três condições: as autorizações da Direção-Geral da Concorrência da Comissão Europeia, a nível de ajudas estatais, e do Banco Central Europeu, mas também a uma operação de diminuição de passivo do Novo Banco.
Esperava-se que esta operação fosse uma troca de dívida própria, mas a semana passada foi conhecido que o banco optou por uma recompra desses títulos com vista a poupar 500 milhões de euros.
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