No arranque do debate no parlamento da proposta de Orçamento do Estado para 2021, José Luís Ferreira considerou que o documento “está longe de dar resposta” aos problemas do país e justificou a abstenção pela disponibilidade do Governo para acolher, na especialidade, algumas das propostas do partido.
“Esta postura de abertura tem um e um só propósito: dar mais uma oportunidade ao PS e ao Governo para também assumirem uma postura de abertura no combate à pobreza, reforço dos serviços públicos ou investimento nos transportes públicos, em particular a ferrovia”, elencou.
O líder parlamentar d’”Os Verdes” aproveitou a sua intervenção para responder ao seu homólogo do CDS-PP, Telmo Correia, que pouco antes se tinha referido ao partido, dizendo que “bastará que o PCP dê uma instrução ao PEV para não votar da mesma maneira” para poder pôr em perigo a aprovação do Orçamento na votação final global.
“Os Verdes nada têm a ver com o circo das birras absolutamente irrevogáveis que obriguem o primeiro-ministro a ter de alterar a lei orgânica do Governo para criar o cargo de vice-primeiro-ministro, como fez o CDS-PP de Paulo Portas”, disse, numa referência à ameaça de demissão, não concretizada, do antigo líder democrata-cristão no verão de 2013, durante o Governo PSD/CDS-PP liderado por Pedro Passos Coelho.
O líder parlamentar do PEV questionou ainda o primeiro-ministro sobre “qual a abertura do Governo” para reavaliar a “insistência incompreensível” de levar o novo aeroporto de Lisboa para o Montijo ou, pelo menos, sujeitar esta opção a uma avaliação ambiental estratégica.
“Não coincidimos quanto à melhor localização, até do ponto de vista ambiental, do novo aeroporto”, respondeu, apenas, António Costa sobre este assunto.
No entanto, o primeiro-ministro afirmou que existe uma “grande convergência nas questões de fundo” entre Governo e Verdes, como a prioridade às alterações climáticas, o bem-estar animal ou os transportes públicos, nomeadamente a prioridade à ferrovia.
Costa assumiu ainda convergência na prioridade no combate à pobreza, e destacou as alterações que o Governo pretende introduzir no subsídio de desemprego.
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