A reunião durou mais de quatro horas, entre as 15:00 e as 19:30, e terminou com a aprovação por unanimidade, pelos 23 membros que compõem a assembleia-geral, do plano de ação e orçamento para o próximo ano elaborado pela administração do banco Montepio, liderado por Félix Morgado.
Foi ainda aprovada uma recomendação para que o Conselho Executivo da Caixa Económica Montepio Geral leve em conta nas suas políticas as necessidades da Associação Mutualista Montepio Geral, acionista único da Caixa Económica.
Apesar da unanimidade desta votação, no Grupo Montepio não se vive um momento de consenso quanto ao futuro do grupo, sendo conhecido que o presidente da Associação Mutualista Montepio Geral e ex-presidente da Caixa Económica Montepio Geral, Tomás Correia, e o atual presidente da Caixa Económica Montepio Geral, Félix Morgado, discordam em vários assuntos.
Quanto ao plano de ação para 2017, segundo os documentos disponibilizados na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o banco irá continuar o processo de reorganização e redução de custos.
Entre os objetivos para o próximo ano estão “assegurar a sustentabilidade e reforçar os níveis de capital e liquidez” e ainda melhorar a eficiência, nomeadamente através da otimização da “rede comercial e serviços centrais” e da redução dos custos com fornecimentos e serviços externos.
A Caixa Económica Montepio Geral é a principal empresa do Grupo Montepio, tendo apresentado até setembro um prejuízo de 67,5 milhões de euros, um resultado que compara com perdas de 59,5 milhões de euros de igual período de 2015.
A assembleia-geral da Caixa Económica é composta pelo Conselho Geral da Associação Mutualista, que integra 23 membros, sendo que 12 são diretamente eleitos pelos associados (atualmente oito membros da lista que foi encabeçada por Tomás Correia nas últimas eleições e quatro das outras listas concorrentes) e 11 por inerência enquanto membros de órgãos sociais (cinco do Conselho de Administração, três do Conselho Fiscal e três da mesa da assembleia-geral).
Entre os presentes hoje na assembleia-geral encontravam-se Tomás Correia e Almeida Serra, contra quem, segundo noticiou hoje o jornal Público, o Banco de Portugal deduziu já acusações por não terem introduzido atempadamente os procedimentos necessários ao controlo interno no banco Montepio de medidas de prevenção do branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo quando eram presidente e administrador da Caixa Económica Montepio Geral.
Após deduzida a acusação, segue-se a fase de defesa, em que os acusados tentarão convencer o supervisor bancário de que não houve erros. Se não o conseguirem fazer haverá lugar a condenações com a aplicação de coimas.
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