"A produção de carvão, que já era muito reduzida, foi mesmo nula em abril, o que acontece pela primeira vez desde a existência das atuais centrais a carvão de Sines e Pego (desde 1985), explicou a gestora da rede elétrica nacional, numa altura em que se perspetiva o encerramento das duas centrais.
Em outubro, o Governo anunciou estar preparado para encerrar a central termoelétrica do Pego no final de 2021 e fazer cessar a produção da central de Sines em setembro de 2023.
Segundo a REN, em abril, as condições hidrológicas foram favoráveis, com o índice de produtibilidade hidroelétrica a situar-se em 1,17 (sendo a média histórica igual a 1), enquanto nas eólicas o índice situou-se em 0,85 (média histórica igual a 1).
A produção renovável abasteceu 69% do consumo nacional, a produção não renovável 17%, enquanto os restantes 14% foram abastecidos com energia importada de Espanha.
Já no acumulado dos primeiros quatro meses do ano, o índice de produtibilidade hidroelétrica situou-se em 0,96 e a produtibilidade eólica em 0,86.
Entre janeiro e abril, a produção renovável abasteceu 69% do consumo (sendo hidroelétrica com 35%, eólica com 26%, biomassa com 6% e fotovoltaica com 2%) e a produção não renovável 28% do consumo, o que segundo a REN aconteceu praticamente apenas com gás natural.
O saldo importador, nos primeiros quatro meses de 2020, foi equivalente a cerca de 2,3% do consumo nacional.
O consumo de eletricidade caiu 12% em abril, segundo dados da REN, que refere que é necessário recuar a agosto de 2004 para encontrar um consumo mensal tão baixo como o do mês passado.
Se o consumo de energia for contabilizado corrigindo os efeitos de temperatura e o número de dias úteis do mês, a queda em abril ainda foi ainda maior, de 13,8%, em relação ao período homólogo.
Já no mercado de gás natural, o consumo nacional teve em abril uma quebra de 26%, com uma diminuição de 13% no segmento convencional (consumo doméstico) e uma redução de 66% no segmento de produção de energia elétrica, de acordo com a REN.
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