Num comunicado hoje divulgado, a Portway disse que “guardou reserva quanto à sua posição oficial porque esperava que os sindicatos revissem a sua postura e desconvocassem a greve”, o que não aconteceu.

Numa nota também hoje publicada o Sindicato Democrático dos Trabalhadores dos Aeroportos e Aviação (Sindav), Sindicato dos Técnicos de Handling de Aeroportos (STHAA), Sindicato dos Trabalhadores de Handling, da Aviação e Aeroportos (Sitava) e Sindicato dos Trabalhadores da Marinha Mercante, Agências de Viagens, Transitários e Pescas (Simamevip), por sua vez, acusaram a empresa de “desonestidade e má-fé”.

Na sequência do encontro, no Ministério do Trabalho, a Portway disse que “aplicou escrupulosamente o acordo firmado com as estruturas sindicais representativas dos trabalhadores”, tendo procedido “a um aumento de 4% das tabelas salariais”.

A empresa reconheceu que “ficou em aberto a possibilidade de um aumento adicional de 1%, condicionado ao atingimento de um objetivo operacional de 60 mil voos assistidos, a 31 de outubro, fixado por ser alcançável consoante o histórico e as perspetivas, e seria garantia de que a Portway teria as condições financeiras para aumentar as tabelas em mais 1%”. No entanto, indicou, “infelizmente, esse objetivo não foi atingido e, como tal, não foi possível à empresa proceder a esse aumento adicional”.

A Portway disse ainda que “a métrica utilizada para avaliar o cumprimento do objetivo é inequívoca e nunca mudou”, destacando que “o número de voos sempre serviu de base a todas as negociações fundamentadas em critérios operacionais”.

“A palavra voo é utilizada, comummente, no ‘handling’ [assistência em terra a voos e passageiros] e por todos os seus trabalhadores quando se refere a uma rotação. Querer agora fazer crer que a Portway negociou voos a serem diferentes de rotações não teria consistência com a realidade da atividade”, referiu.

Já os sindicatos fazem uma leitura diferente do processo, apontando que em novembro de 2024 a empresa realizou, “mais uma vez, uma subversão, dizendo algo absolutamente estapafúrdio, ridículo e absurdo, como os tribunais certamente se encarregarão de demonstrar”, querendo convencer os trabalhadores de que “voos e rotações são a mesma coisa”.

As estruturas lembraram que a Portway propôs 1% de aumento na tabela em janeiro de 2025 e uma gratificação de balanço no valor de 100 euros para todos os trabalhadores.

Os sindicatos disseram que aceitaram o princípio, “mas nunca o valor de 100 euros”, tendo proposto 180 euros para todos.

“A Portway subiu até aos 120 euros, tendo estes sindicatos proposto como valor fixo, 150 euros”, disseram, salientando que acabou por ficar inviabilizado o acordo “que desconvocaria a greve pela módica quantia de 60 mil euros”.

“Recordamos que este aumento que a Portway se recusa agora a cumprir tem efeitos práticos no salário base atual dos trabalhadores, mas também em todas as componentes que lhe estão associadas: subsídio de turnos, feriados, horas extraordinárias, subsídios de férias e Natal”, remataram.

A greve convocada pelos sindicatos abrange todo o trabalho suplementar, com início às 00h00 do dia 24 de dezembro de 2024 e até às 24h00 de dia 1 de janeiro de 2025.

Decorrerá ainda a partir das 00h00 horas do dia 24 de dezembro de 2024 até às 24h00 do mesmo dia e a partir das 00h00 horas do dia 31 de dezembro até às 24 horas deste último dia do ano.

A paralisação irá também abranger o trabalho em dia feriado que seja dia normal de trabalho, a partir do dia 24 de dezembro e até 2 de janeiro de 2025.