Em declarações aos jornalistas após participar na distinção do Museu Nacional Soares dos Reis, no Porto, como o museu do ano para a Associação Portuguesa de Museologia, o chefe de Estado pronunciou-se sobre os números da economia portuguesa hoje conhecidos.
“Há um número bom, que é o do crescimento do Produto Interno Bruto. O Instituto Nacional de Estatística diz que no primeiro trimestre, até março, ficou em 1,5%, o que é melhor do que aquilo que se esperava e que é uma boa notícia”, disse.
E continuou: “é uma boa notícia e justifica aquilo que na altura foi admitido pelo Banco de Portugal e por instituições internacionais de que se ia mais longe do que se previa no final do ano passado”.
Sobre os números da inflação, Marcelo Rebelo de Sousa foi cauteloso na análise: “a menos boa notícia, para não dizer má notícia, é a da inflação. É uma má notícia, embora tenhamos de a ver com cuidado. A má notícia é que a média europeia sobe, mas fica abaixo daquilo que subiu o custo de vida aos portugueses, agora já reportado a maio”.
“Porque é que eu admito que ainda valha a pena esperar, mas ver com atenção, daqui por um mês. É que precisamente há um ano, em maio de 2023, o Governo de então aplicou a medida do IVA zero e essa medida deu, naquela altura, instantaneamente, uma inflação negativa. Portanto, a dúvida é saber se isto é mesmo 3,1%, que é uma subida, que não esperávamos, ou o número de partida estava baixo demais porque coincidiu com o momento em que se aplicou o IVA zero que se depois deixou de existir”, refletiu o Presidente da República.
Neste contexto, prosseguiu, que se for o primeiro caso há “aí um problema”, pois pensava “que a inflação estava a descer, continuamente, e, pelos vistos, não desce, mas subiu. Se é o segundo caso é porque a base de partida era muito baixa e a subida real não é maior que a subida europeia e já é melhor”.
Pedindo atenção, defendeu que o “aumento de preços é um dos argumentos, normalmente, para fazer subir os juros ou para não fazer descer juros, o que toca a vida de muita gente”.
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