Na nota, a que a agência Lusa teve acesso, o CEO refere que “o ‘timing’ efetivo do IPO [Oferta Pública Inicial] está ainda dependente das condições do mercado”, mas refere que, “se as condições forem favoráveis, as janelas de mercado prováveis são o final do segundo trimestre ou o final do terceiro trimestre deste ano”.

“Em qualquer caso, o nosso objetivo continua a ser o de estarmos totalmente preparados e registarmos um desempenho sólido trimestre após trimestre”, sustenta.

Segundo Mark Bourke, a indicação formal recebida pela Nani Holdings (veículo do fundo de investimento norte-americano Lone Star que controla 75% do Novo Banco) para iniciar o processo de IPO é “um marco importante e o tiro de partida oficial” para uma operação para o qual o banco se tem “vindo a preparar ao longo dos últimos dois anos”.

Numa informação enviada hoje à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o Novo Banco disse ter recebido indicação formal do seu principal acionista, a Nani Holdings, para avançar com um IPO das suas ações.

De acordo com a nota enviada ao regulador, a intenção desta entrada em bolsa foi comunicada igualmente aos restantes acionistas, o Fundo de Resolução e o Estado Português, através da Direção-Geral do Tesouro e Finanças.

No final de janeiro tinha sido divulgado que a Lone Star pretendia fazer uma Oferta Pública de Venda (OPV) sobre cerca de 25% a 30% do capital do Novo Banco.

O Novo Banco foi criado em 2014 para ficar com parte da atividade bancária do Banco Espírito Santo (BES), na resolução deste.

Em 2017, 75% do banco foi vendido à Lone Star. O Estado detém direta e indiretamente 25% do capital do Novo Banco (o Fundo de Resolução detém 13,54% e o Estado detém 11,46% através da Direção-Geral do Tesouro e Finanças).

No final de 2024, a Lone Star e o Estado acordaram o fim antecipado do acordo de capitalização contingente, com as partes a desistirem de litígios judiciais. O fim deste mecanismo (pelo qual o Fundo de Resolução injetou mais de 3.000 milhões de euros no Novo Banco) facilita a venda do banco e permite aos acionistas receberem dividendos.

É estimado que o Novo Banco possa vir a distribuir até 1.300 milhões de euros em dividendos, o que daria ao Estado mais de 300 milhões de euros.