“Os apoios a empresas vão exigir uma visão clara dos objetivos de cada investimento, uma vez que estes terão de se alinhar com três prioridades: a capacitação digital, seja de pessoas ou de relacionamento com clientes (ex: ‘e-commerce’); a transição climática, orientada às energias renováveis para produção e uso próprio; a redução da pegada carbónica”, lê-se na parte II da segunda edição do estudo “Conhecer os desafios ajuda a encontrar o caminho?”, lançado pela EY.
Neste texto, assinado pelo especialista Miguel Amado, é referido que o principal desafio vai ser executar rapidamente o plano, potenciando a recuperação económica, lembrando que Portugal não tem “um registo histórico muito positivo” no que se refere à execução de fundos europeus, uma vez que tende concretizar-se no final dos períodos de programação.
Assim, terá que haver uma “solidariedade coletiva” para que os projetos públicos e privados tenham resultados nos momentos acordados.
No entanto, as regras de contratação púbica e a capacidade de as organizações acompanharem uma acelerada transformação podem constituir-se como desafios que obrigam a um planeamento e execução “imediatos e bem estruturados”.
Segundo a consultora, o PRR privilegia, no que concerne ao setor privado, a agregação de valor e o desenvolvimento de setores e cadeias de valor, o que será uma “oportunidade única para o tecido empresarial criar condições que permitam ao mercado como um todo crescer”.
No caso das entidades públicas, o principal objetivo é a melhoria dos serviços ao cidadão, sendo que a Justiça, Finanças, Saúde, Segurança Social, bem como a modernização dos serviços “não podem ser implementados de forma desagregada”.
Nesse sentido, o papel da estrutura de missão Portugal Digital “será essencial” para coordenar a Saúde com a Segurança Social, para o bem-estar e segurança dos cidadãos, a Justiça com as Finanças, para dinamizar o tecido empresarial, e todos em conjunto criarem uma Administração Pública preparada para o futuro”, defendeu.
O PRR tem um período de execução até 2026 e prevê um conjunto de reformas e investimentos para alavancar o crescimento económico.
A EY, empresa de auditoria, assessoria fiscal, de transações e de gestão, está presente em mais de 150 países.
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