Estas estatísticas resultam do estudo que a Comissão de Igualdade e Direitos Humanos elaborou com a empresa YouGov, em que 1.106 empregadores foram inquiridos. Os dados indicam também que 44% dos empregadores acreditam que uma mulher deve trabalhar pelo menos um ano numa empresa antes de decidir ter filhos, e que as mulheres podem ser consideradas uma “carga para a equipa” quando ficam grávidas mais do que uma vez no mesmo local de trabalho.
Rebecca Hilsenrath, chefe-executiva da EHRC, diz, ao jornal The Guardian, que estes resultados são “deprimentes” e acusa várias empresas britânicas de “viver na idade média”.
“Devíamos todos saber que é contra a lei não nomear [para um cargo] uma mulher por ela estar grávida ou por poder engravidar no futuro. Contudo, também sabemos que as mulheres são rotineiramente questionadas acerca dos seus planos familiares nas entrevistas”, diz Rebecca Hilsenrath. “Tornou-se claro que vários empregadores têm de receber apoio para perceberem melhor a lei acerca da discriminação, dos direitos das grávidas e das novas mães”, acrescenta.
Segundo os dados recolhidos neste estudo, 40% dos empregadores diz de ter visto pelo menos uma mulher grávida a “tirar partido” da sua gravidez, e um terço dos inquiridos considera que as novas mães, no ambiente de trabalho, são “geralmente menos interessadas na progressão da carreira”, quando comparadas com outros funcionários. Foi revelado ainda que 4 em 10 empregadores considera que a gravidez de uma trabalhadora representa um “custo desnecessário”.
Metade dos inquiridos reconhece que existe algum ressentimento dos colegas com uma empregada que esteja grávida ou em licença de maternidade; já um terço dos empregadores considera que não é fácil proteger as novas mães de discriminação no trabalho.
No site Pregnant then Screwed podem-se ler vários testemunhos de discriminação no trabalho. Uma mulher de 29 anos partilha no site que numa entrevista de trabalho lhe disseram que não queriam alguém “que tivesse de sair do escritório às 18h00 para correr para o infantário”. “Nós precisamos de alguém que esteja comprometido [com a empresa]”, disseram-lhe.
No Reino Unido, a discriminação feita no local de trabalho já tinha sido analisada pela empresa Young Women’s Trust, que revelou que um em cada sete empregadores hesita em contratar uma mulher que tenha intenções de vir a ser mãe.
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