A Nissan, que em 2017 tinha contribuído com 2.791 milhões de euros para os resultados da Renault, passou um ano depois a contribuir com 1.509 milhões de euros, sobretudo devido ao colapso dos lucros do grupo japonês, do qual a Renault é o primeiro acionista, com 43% do capital.
Ao apresentar os seus resultados anuais num comunicado divulgado hoje, a Renault explicou que, além da contribuição da Nissan, o seu resultado operacional foi reduzido em 819 milhões de euros, fixando-se em 2.987 milhões de euros.
Nesta quebra pesaram, com quase 300 milhões de euros, a provisão para o programa que foi lançado em França para facultar o fim de carreira a um grupo de empregados e, com mais de 200 milhões, as consequências da crise na Argentina.
A faturação do grupo caiu 2,3% para 57.419 milhões de euros, apesar das boas notícias da sua subsidiária russa Avtovaz, que teve um aumento de 11,5% para 3.040 milhões.
A diminuição do volume de negócios é essencialmente explicada pelo efeito negativo da desvalorização em relação ao euro das moedas dos países onde tem atividade, mas também pelo declínio do gasóleo na Europa e pelo abandono dos seus negócios no Irão, devido às sanções impostas ao país pelos Estados Unidos.
Em contrapartida, a Renault conseguiu elevar o preço médio dos carros vendidos na Europa e nos mercados emergentes.
A margem operacional caiu para 3.612 milhões de euros, em comparação com 3.854 milhões em 2017, o que representou uma margem de 6,3%, três décimas a menos.
A nova direção da Renault, após a renúncia no mês passado de Carlos Ghosn - preso no Japão desde o final de novembro, acusado de irregularidades à frente da Nissan -, indicou que, apesar da deterioração dos resultados, proporá a distribuição de um dividendo de 3,55 euros por ação, tal como no ano passado.
E quanto às perspetivas para 2019, a nova direção do grupo disse estar confiante no aumento da faturação, numa margem operacional de cerca de 6% e num fluxo de caixa positivo na atividade automóvel.
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