“Este é um desenvolvimento muito positivo, mostra que a retoma económica em Portugal está nos trilhos, que o défice orçamental está numa trajetória descendente, e isto é reconhecido pelas agências de notação”, declarou, numa conferência de imprensa no final de uma reunião informal de ministros das Finanças da União Europeia (Ecofin), em Tallin.
Tal como afirmou pouco antes o diretor do fundo do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), Klaus Regling, também Dombrovskis defendeu que a subida de ‘rating’ de Portugal não é o fim do caminho.
“O que é importante nesta fase é continuar neste caminho, assegurar que tanto o défice orçamental como a dívida pública continuam numa clara trajetória descendente”, sustentou.
A mesma ideia havia sido transmitida pouco antes pelo diretor do fundo de resgate permanente da zona euro, que advertiu que “o trabalho não terminou”.
O diretor do MEE advertiu todavia que “os esforços devem obviamente continuar”, pois “o nível da divida é elevado, pelo que a consolidação orçamental deve prosseguir por essa razão, e também devem continuar as reformas para estimular o potencial de crescimento e reforçar o sistema bancário, pelo que o trabalho não terminou”.
Regling argumentou que a subida de ‘rating’ de Portugal não pode levar à complacência, considerando um perigo a sensação de que “tudo está bem, porque não é o caso”.
“É um passo importante, é um passo muito positivo, mas é um primeiro passo na subida do ‘rating’, há muitos mais passos possíveis, outros países têm ‘ratings’ muito melhores”, notou.
A agência de notação financeira Standard and Poor’s decidiu na sexta-feira tirar Portugal do ‘lixo’, revendo em alta o ‘rating’ atribuído à dívida soberana portuguesa de ‘BB+’ para ‘BBB-‘, um primeiro nível de investimento.
Com esta revisão em alta para ‘BBB-‘, com perspetiva ‘estável’, Portugal volta a ter uma notação de investimento, atribuída por uma das três principais agências de ‘rating’ mundiais.
Desde 2012 que a agência atribuía à dívida soberana portuguesa um rating ‘BB+’, a nota mais elevada de não investimento, com uma perspetiva ‘estável’.
Comentários