Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Jerónimo Martins adianta que "2020 fecha com forte desempenho marcado por uma ação mais do que nunca focada nas necessidades do consumidor, num contexto particularmente difícil".

No ano passado, as vendas do Pingo Doce recuaram 1,9% para 3.869 milhões de euros, enquanto as do Recheio recuaram 15,9% para 847 milhões de euros.

Na Polónia, as vendas da Biedronka aumentaram 6,7% (+10,4% em moeda local) para 13.465 milhões de euros, com a Hebe (cadeia de saúde e bem-estar) a recuar 5,4% para 245 milhões de euros.

Na Colômbia, a cadeia Ara viu as vendas crescerem 8,9% (+24,4% em moeda local) para 854 milhões de euros.

De acordo com a Jerónimo Martins, a cadeia polaca Biedronka encerrou 2020 "com um notável crescimento", incluindo um LFL ('like-for-like', ou seja, vendas em lojas que operaram sob as mesmas condições no período em análise) de 7,1%.

"Nos 12 meses, a companhia manteve o seu plano de expansão e abriu 129 novas lojas (113 adições líquidas), terminando o ano com um total de 3.115 localizações", refere a Jerónimo Martins, adiantando que o programa de remodelações contemplou 267 lojas.

As vendas da Hebe no último trimestre de 2020 foram "impactadas pelo encerramento, em novembro e nos últimos dias de dezembro, dos centros comerciais, onde tem quase metade das suas lojas, que, embora tenham permanecido abertas, sofreram com a ausência de tráfego resultante da redução de circulação de pessoas".

No período, as vendas da Hebe "caíram 13,9% (-18,0% em euros) com o LFL a fixar-se em -12,5%".

A Hebe abriu 22 novas lojas e encerrou o negócio das farmácias no terceiro trimestre, tendo terminado o ano com uma rede de 266 lojas.

Em Portugal, "as regras de confinamento em vigor no quarto trimestre foram, para o setor do retalho alimentar, as mais restritivas desde o início da pandemia", refere o grupo, adiantando que, "a partir do segundo fim de semana de novembro, a imposição do recolher obrigatório à uma da tarde aos sábados e domingos, com obrigação de encerramento à mesma hora das lojas alimentares com mais de 200 metros quadrados, em grande parte dos municípios do país (incluindo Lisboa e Porto), afetou significativamente a atividade económica".

Apesar deste "contexto fortemente condicionado", o Pingo Doce "reforçou a sua dinâmica comercial e de comunicação e manteve a sua expansão, conseguindo mitigar o impacto da perda de horas de vendas ao fim de semana e entregar as vendas do trimestre sensivelmente em linha com quarto trimestre de 2019".

Neste período, o LFL (excluindo combustível) foi de -2,0%.

O Pingo Doce abriu no ano passado 13 lojas (das quais, quatro sob o conceito de conveniência Pingo Doce & Go) e realizou 20 remodelações.

A cadeia grossista Recheio "registou mais um trimestre afetado pela ausência de atividade turística a que acresceu o impacto sobre a restauração das restrições ao fim de semana". As vendas LFL caíram 16,3%.

Na Colômbia, as vendas da ARA cresceram no quarto trimestre 22,7% (6,5% em euros), com um LFL de 11,1% (em 2020 o LFL foi de 10,2%).

No ano passado, a marca colombiana abriu 56 lojas (47 adições líquidas), totalizando em dezembro 663.

"Apesar da severidade da situação e das medidas restritivas em Portugal, o Pingo Doce e o Recheio mantiveram uma forte dinâmica comercial e espírito de iniciativa, reforçando continuadamente a sua capacidade de mitigação dos efeitos negativos da pandemia", refere a Jerónimo Martins.

"Todas as insígnias acabaram, assim, 2020 com modelos reforçados pelo intenso 'stress test' que a pandemia constitui e ainda mais preparadas para enfrentar um contexto operacional que continuará muito exigente em 2021", concluiu o grupo.