
Este corte representa cerca de 30 pessoas de várias agências - desde o Programa Alimentar Mundial ao Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, entre outras --- da centena de funcionários estrangeiros que estão atualmente em Gaza, disse o porta-voz de António Guterres.
A retomada dos ataques israelitas há sete dias, somada à proibição de Telavive da entrada de ajuda humanitária no enclave palestiniano, em vigor desde o início de março, levou a ONU a tomar esta "difícil decisão", conforme admitiu o secretário-geral, António Guterres, citado num comunicado.
O porta-voz do secretário-geral esclareceu que a equipa palestiniana da ONU, que trabalha principalmente para a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) e totaliza cerca de 13.000 pessoas, permanece em Gaza e continua a realizar o seu trabalho "em condições extremamente difíceis".
Guterres deixou claro que "a ONU não está a abandonar Gaza" e "continua comprometida em continuar a fornecer ajuda da qual os civis dependem para a sua sobrevivência e proteção".
A declaração de Guterres divulgada hoje também fornece novos detalhes sobre o ataque a uma instalação da ONU em Deir al-Balah em 19 de março.
Guterres confirmou que o ataque partiu de "um tanque israelita" e que tirou a vida a um funcionário da ONU nacional da Bulgária, além de ter deixado outros seis --- de países como França, Moldova, Macedónia do Norte, Palestina e Reino Unido --- com ferimentos graves.
O líder da ONU frisou que localização do complexo da ONU atingido "era bem conhecida pelas partes em conflito".
"O secretário-geral condena veementemente esse ataque e exige uma investigação completa e independente a este incidente", frisou o comunicado, insistindo ainda na restauração do cessar-fogo em Gaza.
Israel rompeu o cessar-fogo em Gaza na terça-feira, 18 de março, e desde então os ataques israelitas já causaram mais de 600 mortos e mais de mil feridos.
Estes ataques interromperam uma trégua entre o grupo radical palestiniano Hamas e Israel iniciada em 19 de janeiro, ao fim de mais de 15 meses de ofensiva, e ocorrem num momento em que as partes não alcançam entendimento para avançar para as etapas seguintes do acordo de cessar-fogo.
O número de mortos na Faixa de Gaza desde o início da guerra, em outubro de 2023, superou no fim de semana os 50 mil, na sequência dos últimos bombardeamentos israelitas no enclave palestiniano, segundo dados fornecidos pelas autoridades locais.
A guerra em Gaza foi desencadeada por um ataque do Hamas contra Israel, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e o rapto de 250 pessoas que foram levadas como reféns para o enclave palestiniano.
MYMM // SCA
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