A proposta faz parte de um documento de 23 páginas divulgado na noite de quarta-feira pelo Departamento de Justiça dos EUA, que exige também medidas para que os programas dos telemóveis com o sistema operativo Android favoreçam o motor de busca da Google.
Além da venda do Chrome, o navegador mais popular do mundo, o Departamento de Justiça quer proibir a empresa de assinar acordos multibilionários para garantir que o motor de busca é a opção padrão no iPhone da Apple e noutros dispositivos.
Os reguladores também querem que a Google partilhe os dados que recolhe das consultas dos utilizadores com os seus rivais, dando-lhes uma melhor oportunidade de competir com o gigante tecnológico.
A proposta foi enviada ao juiz distrital dos EUA Amit Mehta, que em agosto decidiu que a Google detém um monopólio abusivo do negócio da pesquisa na Internet.
As audiências judiciais sobre a punição da Google deverão começar na capital, Washington, em abril e Mehta já disse que pretende emitir uma decisão final antes do Dia do Trabalhador, 01 de maio.
Se o juiz aceitar as recomendações do Departamento de Justiça, a Google irá quase certamente recorrer das punições, prolongando uma disputa legal que se arrasta há mais de quatro anos.
As medidas ameaçam derrubar um negócio que deverá gerar mais de 300 mil milhões de dólares (284 mil milhões de euros) em receitas este ano para a empresa-mãe da Google, a Alphabet Inc.
No entanto, a situação poderá mudar, especialmente se o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, decidir substituir Jonathan Kanter, que foi nomeado pelo atual líder, Joe Biden, para liderar os esforços antimonopólio do Departamento de Justiça.
Kanter assumiu uma postura dura contra as grandes tecnológicas, incluindo a Apple.
Trump expressou recentemente preocupações de que uma separação da Google pudesse destruir a tecnológica, mas não entrou em detalhes sobre as penalizações alternativas que poderia ter em mente.
"O que se pode fazer sem dividir é garantir que é mais justo", disse Trump em outubro.
Matt Gaetz, o antigo parlamentar republicano que Trump nomeou para ser o próximo procurador-geral dos EUA, já tinha apelado à dissolução das grandes tecnológicas.
Em 2001, um outro juiz federal impôs uma punição semelhante à Microsoft, após decidir que a fabricante de programas tinha utilizado ilegalmente o seu sistema operativo Windows para computadores portáteis para reprimir a concorrência.
No entanto, um tribunal de recurso anulou uma ordem que teria desmembrado a Microsoft, um precedente que muitos especialistas acreditam que deixará Mehta relutante em seguir um caminho semelhante no caso da Google.
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