Quinze mil pessoas procuraram abrigo em Cúcuta, capital do Norte de Santander, um dos 32 departamentos da Colômbia onde também se encontra Catatumbo, de acordo com a provedora de Justiça, Iris Marín.
Onze mil chegaram a Ocaña, a segunda cidade de Norte de Santander, e 5.300 a Tibú, cidade localizada na região de Catatumbo, acrescentou a responsável.
Desde quinta-feira, quando o Exército de Libertação Nacional (ELN) iniciou os ataques contra a 33.ª frente de dissidentes das FARC, cerca de 80 pessoas foram mortas em Catatumbo, incluindo, pelo menos, seis signatários do acordo de paz de 2016, referem dados do governo de Norte de Santander.
Iris Marín destacou que o Instituto de Medicina Legal recebeu 35 cadáveres, dos quais dois ainda não foram identificados.
"Prossegue o confinamento em várias áreas e a operação das forças de segurança e das Nações Unidas para extrair pessoas em risco extremo continua", acrescentou Marín, confirmando o assassinato dos signatários da paz, "o desaparecimento forçado de vários deles e o sequestro de outro grupo".
A crise humanitária e de segurança em Catatumbo foi anunciada por várias autoridades, incluindo a Provedoria de Justiça, que, em 15 de novembro, alertou para "a situação de risco" para a população civil devido à presença e à ameaça dos grupos armados ilegais.
"A região está a viver uma escalada de violência por parte do Exército de Libertação Nacional (ELN), através da sua Frente de Guerra do Nordeste, uma vez que o mecanismo de cessar-fogo bilateral e temporário" acordado durante as negociações de paz com o Governo, deixou de funcionar, assinalou um alerta emitido pela Provedoria de Justiça em novembro.
O acordo de paz de 2016 com antigo grupo guerrilheiro marxista FARC, então a formação guerrilheira mais poderosa da América Latina, ajudou a reduzir a violência na Colômbia durante algum tempo.
Mas o conflito interno voltou a intensificar-se nos últimos anos, devido às operações dos grupos dissidentes das FARC, das guerrilhas 'guevaristas' do ELN e do cartel de drogas Clã do Golfo, entre outros grupos armados.
O Presidente colombiano, Gustavo Petro, iniciou negociações com o ELN no final de 2022, logo após ter subido ao poder.
Na quinta-feira, o enviado especial das Nações Unidas para a Colômbia, Carlos Ruiz Massieu, condenou o assassinato na zona de Catatumbo de cinco ex-combatentes do extinto grupo guerrilheiro FARC, que depuseram as armas após o acordo de paz de 2016.
CAD (VQ/CSR) // APL
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