Mas vamos ao negócio.
Os habitantes das grandes cidades, como Lisboa e Porto, andam muito preocupados com as rendas super inflaccionadas, em parte por culpa dos AirBnBs e Uniplaces da vida. Se há cidades que não estão minimamente preocupadas com isso são Washington e Pyongyang, ou Damasco e Aleppo. As primeiras, porque andam demasiado ocupadas a ameaçar-se mútua e belicamente como se o mundo fosse um jogo de Risco e não tivesse pessoas de verdade. As segundas porque já levaram com tanta bomba que já não têm muitas casas para alugar. É estúpido pagar por um T3 que só tem uma parede e meio chão.
Portanto, temos os EUA a querer guerra – porque precisa de voltar a lucrar milhões de milhões com isso —, a Coreia do Norte mortinha por largar bombas nucleares por todo o lado – porque aquele gajo é demente e quer espalhar a demência pelo mundo —, o Japão já está a activar navios de guerra – porque aqueles samurais também não se aguentam sem andar à porrada muito tempo —, e ainda temos a China, a Rússia e a Síria, tudo a ferver. E tudo isto leva-nos à minha ideia inicial. Lembram-se? Aquela que é genial, sim.
Ora, isto vai tudo rebentar. É uma questão de semanas para estarmos mais preocupados em tirar todas as latas de atum que pudermos das prateleiras do supermercado do que em tirar todas as fotos eu-distraído-na-praia que pudermos sem pensarmos que estamos quase a transformar-nos em atuns radioactivos. Por isso, AirbnBunker. O aluguer a curto prazo por natureza, o aluguer cujo longo prazo é sempre curto, porque com o poder de guerra contemporâneo nem um bunker das profundezas da Terra nos vai salvar por muito tempo.
Descrição dos espaços que vou disponibilizar para alugar: “Caverna de charme, recentemente desparasitada de esperança e com uma incrível vista para a morte. Equipada com wifi e crematório, é o sítio ideal para passar as últimas semanas de existência do mundo”.
Giro, não? Podem candidatar-se já. Brace yourself, the last war is coming.
Sugestões mais ou menos culturais que, no caso de não valerem a pena, vos permitem vir insultar-me e cobrar-me uma jola:
- Domingo de Páscoa: Sou menos religioso que um calhau, mas se considerarmos religião a nossa família, o caso muda de figura. Juntem-se e comam à balda enquanto ainda há comida no mundo.
- Viagem de Finalistas: Não sei se sites como a Odisseias já têm este tipo de experiências, mas juntem um grupo de amigos, aqueles que forem mais anormais, e vão para Espanha partir um hotel. Está muito em voga e é um bocado bem passado.
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