Que dia trágico para o mundo. Até me custa estar aqui a escrever isto, mas o papel de cronista também tem de ser a resiliência nos dias de amargura e conseguir falar com os seus leitores sobre as tragédias que nos assolam a existência. E hoje cabe-me falar sobre isto: os ministros das Finanças do G7 acordaram (segundo os sociopatas de esquerda é um acordo histórico) a aplicação de um imposto mínimo de 15% sobre as empresas.
Isto serve essencialmente para taxar as grandes multinacionais que com grande talento e habilidade conseguem chegar a pagar 0 (zero) euros de impostos até quando apresentam milhares de milhões de euros em receita. Mas se têm todo o mérito em encontrar brechas nas leias e arranjar sempre maneiras de as contornar, devem ser penalizados por isso? Não me parece. Eu sei que o cidadão comum, se fugir aos impostos, ou se apenas os pagar fora do prazo, é logo multado e, quem sabe, preso. Mas a culpa de não aprender a contornar as leis é dele. Não podemos penalizar quem o consegue fazer.
Ao que parece, este é um passo “importante” para que as grandes empresas, nomeadamente as da área da internet como a Amazon, Google ou Facebook, comecem a pagar qualquer coisinha que algumas pessoas acham mais justo. O que estas pessoas se esquecem é que estas grandes empresas, e os seus donos que são as pessoas mais ricas do mundo, são uma dádiva diária para o mundo e merecem estar acima do resto das pessoas por tudo o que fazem por nós. Se começarmos a taxar estas empresas, é claro que elas vão deixar logo de querer inovar, de criar produtos e de empregar pessoas. Como é óbvio. É que uma coisa é aumentar a tua riqueza de 117 mil milhões de dólares para 200 mil milhões só nos primeiros meses da pandemia, como aconteceu ao Bezos. Mas se tiver de pagar mais impostos e o aumento for apenas para 199,8 mil milhões de dólares, que incentivo é que lhe restará para continuar a ser o deus da inovação que é? É um desalento enorme, como qualquer pessoa (sem ser os dementes de esquerda) facilmente entende.
Esta perseguição aos ricos é uma coisa que me ultrapassa. Sim, 1% da população detém quase 80% de toda a riqueza mundial. E então? Não merecem? Não fizeram por isso? Sim, muitos deles herdaram milhões e isso facilitou um pouco. Outros fogem aos impostos, outros traficam armas, e por aí fora. Mas que culpa têm eles? As pessoas falam muito de “combater a desigualdade económica” mas esta conversa cheira-me sempre é a inveja dos ricos porque gostavam de ser como eles, de ter 57 carros, 3 helicópteros e 5 aviões porque só assim se tem uma mobilidade plena.
Não me quero alongar muito mais neste assunto, por mais forte que seja. Isto mexe comigo. Dá-me pena ver os pobres dos ricos a serem achincalhados quando tudo o que fazem é lutar pelo bem da humanidade. Esta notícia é um golpe de faca nas costas da melhor ideologia do mundo, como se tem visto nos últimos 40 anos, o neoliberalismo. Resta-me rezar aos deuses (Bezos, Zuckerberg, Musk, Page, etc) para que isto não seja o início de políticas mundiais que privilegiem o bem-estar geral das pessoas ao invés do lucro de quem faz por tê-lo.
Um abraço de solidariedade para todos os milionários do mundo.
Sugestões mais ou menos culturais que, no caso de não valerem a pena, vos permitem vir insultar-me e cobrar-me uma jola:
- Viagem ao Interior do Corpo Humano: nova série documental na Netflix
- Inside: especial do Bo Burnham, também na Netflix
Comentários