Do nada, todo o mundo quis trazer plantas para dentro de casa: uns porque queriam descarregar a ansiedade através das plantas — já que não podiam levar as mãos aos pescoços dos cônjuges, vingavam-se nas coitadas e deixavam-nas a definhar. Outros porque queriam fazer dinheiro com elas — afinal, propagá-las não era complicado, mantê-las vivas muito menos e algumas das plantas que todos queriam custavam 100 euros à folha! E na internet o que não falta são pessoas desesperadas para jogar as notas contra o ecrã do computador e ficar à espera de que a encomenda chegue a casa.

Havia já um grupo muito pequeno de pessoas com plantas e, por tempo em excesso ou por carência emocional, acomularam ainda mais. Porém, dá-me ideia de que a maioria das pessoas derrapou para a moda de encher tudo o que fosse estante, mesa, canto e parapeito com plantas para ver se a vida de pessoa confinada (tantas vezes, por isso, miserável) se assemelhasse à das fotografias das pseudo influencers das redes sociais. No meu caso, foi uma mistura entre já ter plantas em casa e de não ter jardim para enterrar um corpo. Por isso tive de me vingar nas pobres coitadas.

Na realidade nunca liguei às plantas, apesar de a minha mãe as ter em casa e eu ter crescido numa ilha subtropical onde as há por toda a parte, pérola do Atlântico, terra de Dr. Alberto João Jardim e o cultivo da banana mais polémica de Portugal continental, a do Cristiano Ronaldo. Ainda assim, só comecei a “olhar” para as plantas quando fui para a universidade. A ansiedade e a solidão eram tão grandes que já não via um piço à frente, o que é engraçado porque estudei nas Caldas da Rainha. As plantas foram como um cão de serviço para o meu stress pós-traumático: faziam o meu quarto de quatro metros quadrados assemelhar-se à minha terra; baixavam o meu nível de solidão; e as horas que eu ficava a tratar das plantas, mudar o substrato, regá-las… faziam a minha ansiedade diminuir. As plantas tornaram-se minhas confidentes e a jardinagem a minha terapia.

Não vou mentir, parte do motivo que me leva a ter plantas em casa é usá-las como decoração. Durante muito tempo a minha sala só tinha o sofá e a televisão — o resto dos infinitos dez metros quadrados da sala eram ocupados por plantas. Uma planta de 15 euros do IKEA ocupa mais espaço que um IVAR, custa menos e não tenho de montar. Afinal, só pontos positivos.

Além disso, a casa fica com aquele ar tropical: plantas a cair do teto, levar com folhas na cara enquanto se tenta passar pela corredora… melhor que ir a Bali (não, não é melhor).

Isto parece tudo um mar de rosas, mas nem sempre é! Metade do tempo é cuidar das plantas e tirar a bela foto para o maravilhoso do Instagram, a outra metade é roer as unhas até às cutículas porque não sei o porquê de a planta que me custou 150 euros estar a morrer. Será que fui o lerdas que afogou dinheiro em água e fertilizante? Sim!

Não mates mais plantas de interior na tua vida

Para não matares mais plantas na tua vida, aqui vão umas sugestões básicas:

  • Se és amante de Plantas e vida Saudável tens a Sofia Manuel: @atripeirinha
  • Se gostas de ver uma boa foto de planta tens me a mim, aproveito sempre a publicidade gratuita *wink wink*: @plantodependente
  • Se gostas de aprender ao detalhe e com rigor tens a Ana Mestre: @_almoinha_

Também queres gastar dinheiro numa planta só para depois a matares?

  • Para afogares plantas raras e cenas vegan: Plantphoria
  • Se quiseres ser pseudo influencer tens: Plantome

Para estares a par da atualidade no Mundo das Plantas sempre podes comprar a Revista Jardins.

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