Madeira, acordo à vista?
As legislativas da Madeira, as terceiras em cerca de um ano e meio, decorreram este fim de semana, com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo único: CDU (PCP/PEV), PSD, Livre, JPP, Nova Direita, PAN, Força Madeira (PTP/MPT/RIR), PS, IL, PPM, BE, Chega, ADN e CDS.
Estas eleições antecipadas ocorreram dez meses após as anteriores, na sequência da aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega sobre as investigações judiciais que envolvem membros do Governo Regional, inclusive o presidente, Miguel Albuquerque.
O PSD venceu as eleições legislativas regionais antecipadas, falhando por um deputado a maioria absoluta (que requer 24 assentos). Apesar disso, Miguel Albuquerque afirmou que “não há qualquer equívoco" em relação àquilo que os madeirenses querem, destacando que o partido alcançou a maior votação desde 2015 nas legislativas regionais deste domingo.
“Quero deixar um agradecimento muito sentido quanto à confiança depositada no meu partido e na minha liderança como o nosso povo uma vez mais demonstrou, não há qualquer equívoco”, salientou o líder do PSD/Madeira e presidente do Governo Regional desde 2015, nas únicas eleições que até agora venceu com maioria absoluta.
Em relação à atual composição, a assembleia passou de sete para seis forças políticas, uma vez que o PAN não conseguiu reeleger a sua deputada única, ficando-se pelo 1,62% dos votos.
Rápidas foram as reações, com o antigo presidente Alberto João Jardim a congratular os madeirenses pela resposta “aos adversários da autonomia”, deixando um apelo a Albuquerque: livrar-se de “ornamentos” que aparecem nestes momentos.
“Ornamentos” que, apesar de não identificar nas duas publicações na publicação nas redes sociais, Alberto João Jardim acrescentou “que trabalho nunca se lhes viu, visão e capacidade não têm, votos nem os das suas famílias. A mediocridade precisa de intrigar e de dividir, para sobreviver!”, concluiu.
Nos derrotados, o PS perdeu a liderança da oposição para o JPP. Com o terceiro lugar, com oito eleitos, menos três que em 2024, ao receber 22.355 votos, menos 6.626 que há dez meses, Paulo Cafôfo anunciou que irá “abrir um processo para a liderança” da estrutura partidária.
Já o secretário-geral do JPP, Élvio Sousa, garantiu que, seja como líder da oposição ou num governo alternativo, vai intensificar a fiscalização ao PSD.
Acordo à vista?
O presidente do CDS-PP/Madeira, José Manuel Rodrigues, revelou que irá encontrar-se com o líder regional do PSD para “tentar um acordo”, admitindo que a solução poderá passar por um entendimento parlamentar ou um acordo de coligação.
“O acordo pode ser um entendimento parlamentar e pode ser um acordo de coligação, está tudo em aberto, vai depender da conversação que terei com o doutor Miguel Albuquerque ao fim da tarde”, referiu, ressalvando, contudo, que em termos de exigências dos democratas-cristãos em primeiro lugar estão as propostas do partido, porque “as coligações não são fusões”.