Regresso às aulas: há menos “nem-nem” em Portugal (e menos professores nas salas)
De acordo com um relatório da OCDE , “um em cada dez jovens em Portugal não estuda nem trabalha, menos do que a média" da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico.
"Quem frequentou o ensino profissional, segue diretamente para o mercado de trabalho e quem optou pela via de ensino, prossegue os estudos", pode ler-se.
Os dados indicam que a situação em Portugal não é tão problemática como na média da OCDE ou da União Europeia e o país está mesmo entre os 15 com percentagens mais baixas de jovens entre os 18 e 24 anos que não estudam nem trabalham.
A percentagem mais baixa é registada nos Países Baixos (4,1%) enquanto na Turquia, no polo oposto, cerca de um terço dos jovens não estuda nem trabalha, diz o 'Education at a Glance', que traça o retrato do ensino, do pré-escolar ao superior, em 48 países.
O mesmo relatório divulgado hoje, dia em que começa o regresso às aulas de 1,3 milhões de alunos do 1.º ao 12.º ano, destaca ainda um aumento de portugueses com ensino superior.
Contudo, o início do ano letivo fica marcado pelos mais de 1300 horários vazios.
Muitos alunos não terão ainda todas as disciplinas por faltarem professores nas escolas. No final da semana passada, mesmo depois de terem sido colocados quase três mil docentes, as escolas tinham pouco mais de um milhar de horários vazios, elevando a fasquia para mais de 100 mil alunos sem professor.
A falta de professores afeta sobretudo as escolas das regiões do Algarve e Lisboa e Vale do Tejo, mas também algumas disciplinas em particular, como Português, Matemática ou Informática.
O ministro da Educação assegurou ontem que todos os dias estão a ser colocados professores e que as situações de falta de docentes nas escolas estão a ser resolvidas “paulatinamente”.
A escassez de professores poderá não ser, no entanto, o único fator a deixar os alunos sem aulas, prevendo-se que o ano letivo arranque da mesma forma que terminou o anterior, com a forte contestação dos profissionais das escolas.
Um começo de ano académico com menos “nem-nem”, mas também com menos professores nas salas de aula.
*com Lusa