O ex-candidato presidencial moçambicano Venâncio Mondlane apelou hoje à paralisação das atividades às sextas-feiras, durante 100 dias, para entoar o hino nacional, numa manifestação por "justiça", pedindo o cumprimento das 25 medidas que apresentou a semana passada.
A violência deflagrou depois das eleições gerais de Moçambique, onde se incluem as presidenciais, denunciadas por fraude. Passados quatro meses, o país tornou-se um “tsunami social”, onde o problema vai além de uma eleição fraudulenta. Sobre o futuro? A questão continua em aberto.
O candidato presidencial Venâncio Mondlane encontra-se em Maputo “em segurança”, disse hoje à Lusa fonte próxima do político, depois de esta manhã a polícia ter dispersado, com tiros e gás lacrimogéneo, uma multidão que o ouvia, com pessoas atingidas.
O líder da oposição moçambicana pediu aos seus apoiantes três dias de luto, a partir de quarta-feira, pelas 50 pessoas que, segundo ele, foram mortas pelas forças de segurança durante as manifestações que se seguiram às contestadas eleições gerais de outubro.
No cemitério de Michafutene, arredores de Maputo, gritou-se toda a tarde a uma só voz “justiça” e “advogado do povo”, na despedida emocionada de Elvino Dias, 45 anos, assessor jurídico do candidato presidencial Venâncio Mondlane.
Maputo vive horas de caos com a polícia a lançar gás lacrimogéneo e tiros para o ar para desmobilizar, em vários bairros, manifestações contra o duplo homicídio de apoiantes de Venâncio Mondlane.