Foi em 2004 que a Vodafone lançou a rede 3G, o que trouxe uma revolução ao mundo das comunicações ao permitir o acesso a internet móvel mais rápida e a streaming de vídeo no telemóvel, por exemplo.

Contudo, nos últimos anos, o peso do 3G no tráfego global de dados tem vindo a ser reduzido — e hoje é mesmo diminuto. Além disso, os equipamentos de rede que permitem o seu funcionamento são já menos eficientes.

Assim, em Portugal segue-se os passos já dados em mercados estrangeiros, como é o caso dos Países Baixos, Alemanha, República Checa, Itália, Reino Unido ou Irlanda, que têm vindo a descontinuar tecnologias mais antigas. Ou seja, a palavra-chave em todo este processo é modernização.

Na prática, as redes móveis 4G e 5G usam a mesma quantidade de dados que a 3G, mas possibilitam uma navegação mais rápida, downloads com mais velocidade e uma melhor experiência de streaming, entre outros aspetos.

Quais as datas do fim do 3G?

A MEO foi a primeira operadora a descontinuar o 3G, tendo terminado o processo em janeiro deste ano.

"Com o objetivo de continuar a modernizar a sua rede, garantindo a melhor qualidade de serviço, e dando resposta às crescentes exigências de consumo de dados e do número de devices conectados, a Altice Portugal vai descontinuar, faseadamente, a tecnologia 3G a partir de 4 de setembro de 2023 tendo o processo concluído a 31 de janeiro de 2024", foi referido no ano passado.

Também a NOS anunciou o processo de descontinuação da rede 3G "de forma faseada" a partir de maio de 2024, que já está portanto em curso.

Fonte da operadora referiu que "a descontinuação do 3G é um movimento tecnologicamente natural pelo qual todos os operadores de comunicações irão passar".

Apenas a Vodafone ainda vai dar agora os primeiros passos, tendo anunciado o desligamento progressivo da sua rede 3G a partir de julho de 2024, numa "transição suave e gradual".

Segundo a operadora, este é "um passo importante para reforçar o acesso dos clientes no país a comunicações mais rápidas, eficientes e ainda mais seguras" e a "alteração permitirá usar frequências para acelerar a digitalização do país no 5G e futuras gerações móveis".

A mudança era esperada devido à evolução tecnológica "e permitirá responder ao crescente consumo de dados, realocando as frequências até agora utilizadas pelo 3G para uso de redes mais modernas como o 4G e 5G".

A empresa salienta que, "com esta atualização, que beneficia a digitalização do país, as comunicações ganham mais velocidade, capacidade, estabilidade, eficiência e resiliência".

É preciso trocar de telemóvel ou de cartão?

Estima-se que a maioria dos clientes das operadoras já utilize equipamentos e cartões SIM compatíveis com as restantes gerações de comunicação móvel (4G ou 5G), pelo que nesses casos não há qualquer necessidade de troca de telemóvel.

No entanto, caso sejam utilizados equipamentos mais antigos (com redes 2G e 3G), o desligamento do 3G vai fazer com que apenas seja possível fazer chamadas telefónicas (deixa de ser possível navegar na internet).

No que diz respeito aos cartões SIM, a troca pode ser feita em qualquer loja das operadoras, mas apenas haverá necessidade disso no caso de ainda serem anteriores a 2012.

O 5G já está a funcionar no país?

A tecnologia 5G promete "maior eficiência e produtividade, para governos e empresas, num mundo pós-pandémico e benefícios generalizados a nível global".

"No final do primeiro trimestre de 2024 existiam em Portugal 9.999 estações de base com tecnologia 5G, mais 12% do que as existentes no final de 2023, segundo informação reportada pelos operadores", referiu a Anacom em comunicado no início de junho.

"Todos os concelhos do país contam com estações 5G, bem como 2,176 freguesias (70% das freguesias no país)", adianta.

A densidade de estações de base 5G em Portugal, no período em análise, "é de uma estação de base por cada 10 quilómetros quadrados". Existem, em média, "97 estações de base 5G por 100.000 habitantes", refere o regulador.

"Estes indicadores comprovam o crescimento das redes 5G em Portugal, mas revelam também que não existe uma distribuição homogénea ao longo do território, verificando-se que é ao longo da faixa litoral ocidental, principalmente entre Viana do Castelo e Setúbal, e da faixa litoral meridional (Algarve), que a concentração do número de estações é maior", aponta a Anacom.

As zonas do país onde a densidade de estações é superior "correspondem também àquelas onde a densidade populacional é mais elevada ou onde existe uma sazonalidade do número de habitantes".

"Analisando os dados por operador, a NOS mantém-se como aquele que instalou mais estações de base 5G (4.705), seguida pela Vodafone (3.816) e pela Meo, Altice Portugal (1.478)", adianta.

No que respeita à variação do número de estações instaladas por operador, "a Vodafone cresceu 18% (+ 583 estações) a NOS 11% (+ 470 estações), e a MEO 1% (+ 19 estações)".