Fazer uma espécie de radiografia à evolução da pandemia de Covid-19 em cada área de residência, é este o propósito da plataforma Covidografia.
Fazendo o login através de uma conta de Facebook ou Google, o utilizador deve registar o que sintomas está a sentir, ou se não padece de nada.
De seguida, deve reportar o seu estado de infeção atual, ou seja, se está infetado, se é um caso suspeito, se já teve uma infeção e recuperou ou se se manteve “presumivelmente saudável” desde o início da pandemia.
Por fim, deve colocar o estado de atividade atual, sendo que as opções são: estar infetado e em isolamento social em casa, se é um caso suspeito e está em isolamento, se está saudável, mas trabalha a partir de casa ou se trabalha fora de casa.
No final do questionário, surgirá um quadro onde pode observar as respostas de outras pessoas da sua área de residência, sendo, por isso, necessário fornecer o seu código postal à plataforma.
O objetivo, segundo os responsáveis do projeto, é assim “melhorar o conhecimento sobre os sintomas associados ao covid-19 e a sua evolução, avaliar o ritmo de propagação do vírus na sua área, identificar zonas de risco de contágio elevado no país e medir o impacto de medidas tomadas pelas autoridades”.
O Rui Costa e o Pedro Fortuna, voluntários no projeto Covidografia, foram os convidados do episódio The Next Big Idea exibido na SIC Notícias a 25 de abril
Por isso mesmo, o passo seguinte será fornecer estas informações a “equipas de especialistas de saúde e investigadores, nacionais e internacionais” para que “se possa correlacionar dados e trabalhar modelos de previsão que se mostrem eficazes na ajuda ao combate à pandemia”.
Os responsáveis, porém, alertam que não só esta “não é uma ferramenta de diagnóstico”, como “os valores apresentados são o resultado agregado das respostas dos utilizadores na Covidografia”, ou seja, a sua veracidade está dependente da capacidade de análise e do civismo dos utilizadores.
Por esta razão também, os autores pedem a que os utilizadores façam atualizações diárias dos seus sintomas, pois “quanto maior for a frequência com que os utilizadores atualizem o seu estado, maior será o valor do conjunto de dados recolhidos para que as entidades e comunidade científica possam melhor compreender a evolução da pandemia”.
No entanto, apesar dos utilizadores acederem a esta ferramenta através das suas contas de Facebook e Google e de cederem alguns dados, estes estão anonimizados e protegidos sob o Regime Geral de Protecção de Dados da União Europeia. Os responsáveis referem ainda que “os dados recolhidos não são partilhados com terceiros, excepto com as autoridades oficiais de saúde e comunidade científica, sendo que neste último caso a partilha será sempre feita de forma agregada e anónima”.
Esta é uma das 27 iniciativas em curso do Movimento Tech4Covid19, projeto comunitário sem fins lucrativos onde participam neste momento mais de 5200 voluntários e 160 startups. Na criação do Covidografia estiveram mais de 100 pessoas.
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