Aposta da DARPA na Robótica Subterrânea
Legenda: Projeto DARPA Subterranean Challenge
A próxima fronteira da robótica são os mundos subterrâneos. Pelo menos, é essa a visão da DARPA. A agência governamental americana, especializada em estimular pesquisa em tecnologias exóticas e de vanguarda, lançou recentemente uma nova competição. Chama-se DARPA Subterranean Challenge e conta com nove equipas que irão investigar tecnologias de robótica e automação que funcionem em cenários subterrâneos. Terão de desenvolver equipamentos capazes de intervir em cenários imprevisíveis, em três diferentes tipos de ambientes: sistemas urbanos, como esgotos ou infraestruturas, redes de túneis e cavernas naturais. Cada equipa terá de superar uma série de desafios em provas localizadas, até ao culminar do concurso numa prova final que combinará estes três tipos de ambientes.
As provas não estão especificadas, mas envolvem o mapeamento e recuperação de objetos e pessoas em zonas subterrâneas. A pontuação final das equipas baseia-se no número de artefatos que recuperarem. Isto significa que os participantes terão de desenvolver robots capazes de se adaptarem aos diferentes ambientes subterrâneos, operando com diferentes níveis de autonomia. A DARPA é concisa nos parâmetros do concurso. Os robots têm de ser capazes de se deslocar em ambientes de navegação complexa, em condições de degradação de sistemas de sensores. Terão de ser capazes de resolver problemas de mobilidade provocados por obstáculos e adaptar-se a situações dinâmicas de instabilidade de terreno. Espera-se o desenvolvimento de robots que incluam sistemas de autonomia, perceção, funcionamento em rede e mobilidade múltipla.
Um desafio grande, que se inicia agora e culminará em 2020. Há incentivos diretos, na ordem de milhões de dólares, para as equipas envolvidas. Mas o maior incentivo será a capacidade de desenvolvimento de sistemas robóticos autónomos para uso subterrâneo. São tecnologias com potencial em salvamento, gestão de infraestruturas, arquitetura e gestão municipal, entre outros campos possíveis.
As competições da DARPA têm um forte histórico de faísca no desenvolvimento de novas tecnologias de robótica autónoma. Em 2004 lançaram o seu primeiro Grand Challenge, estimulando desenvolvimento de carros robóticos. Nesse ano, nenhum veículo terminou o desafio. Poucos anos depois, as tecnologias de autonomia de veículos estão suficientemente amadurecidas para que os carros de produção incorporem sistemas autónomos, e se discuta seriamente a possibilidade da existência de veículos sem condutor nas estradas. O Subterranenan Challenge é mais uma aposta de longo prazo desta agência governamental americana.
Os Companheiros Robóticos dos Astronautas
Chamam-se Honey e Bumblebee, e são os mais recentes companheiros dos astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional. Apesar do seu pequeno tamanho e nome fofinho, estes dois robots são potentes e versáteis máquinas, concebidos para aliviar a carga de trabalho dos tripulantes da ISS. Os Astrobee são robots multifunções de formato cúbico, concebidos para se deslocarem livremente em microgravidade. Entre os seus atuadores contam-se pequenos braços robóticos, que os tornam capazes de efetuar pequenas operações na estação.
Desenvolvidos pelo centro de pesquisa Ames da NASA, estes robots contam com um elevado grau de autonomia. Deslocam-se como drones, utilizando uma ventoinha e bocais de propulsão ajustáveis que lhes dão uma enorme agilidade em microgravidade. Os seus braços foram concebidos para manipular as cargas modulares de ciência da estação. Com ajuda dos braços, podem ainda filmar o seu interior. Para humanizar um pouco aquilo que são robots com aspeto de cubo voador, os Astrobee contam com ecrãs que simulam olhos, conferindo-lhes alguma personalidade que facilita o interface com os astronautas. Estes robots já estão a voar dentro da estação espacial, participando em experiências que irão aprofundar o seu potencial tecnológico.
Lá em cima, e muito cá em baixo, estas experiências expandem os campos de atuação da robótica e automação. Tecnologias que já hoje são fundamentais para a economia, cujo impacto está a transformar radicalmente a sociedade em que vivemos.
Comentários