Rita Velez trabalhava na Dyn'Aéro Ibérica, empresa aeronáutica francesa de produção de aeronaves leves com uma linha de montagem no aeródromo municipal de Ponte de Sor. A empresa viria a ser decretada insolvente, em 2010.
A fábrica foi, entretanto, adquirida por um outro grupo francês, Rexiaa, fabricante de componentes aeronáuticos em materiais compósitos. Os colaboradores [da Dyn'Aéro Ibérica] foram reintegrados nas várias empresas que, entretanto, começaram a edificar no complexo que cresceu à volta do aeródromo. Rita não foi exceção.
“Quando fechou [a Dyn'Aéro Ibérica] tinha 20 colaboradores, mas chegaram a ser 85”, recorda Rita Velez. Hoje em dia é responsável financeira (CFO) de outra empresa gaulesa, a AS Breathing (Aerospace Safety Breathing Company), que desenvolve e produz as máscaras de oxigénio que os pilotos usam nos aviões.
Assume a “responsabilidade” desta empresa estar no epicentro do desenvolvimento da indústria aeronáutica que emerge em Ponte de Sor. “Fui eu que a trouxe para cá”, atira Rita Velez, que nesta transferência fez-se acompanhar por mais “três colaboradores” da antiga empresa. “Na aeronáutica, o erro tem de ser zero. Por isso fomos buscar quem já estava familiarizado” sublinha ao SAPO24, num conversa tida nos pouco mais de 10 m2 do local de exposição que o fabricante dispõe durante a 3.ª cimeira do Portugal Air Summit, que decorre em Ponte de Sor até domingo.
“No início, em setembro de 2017, fazíamos os cabos de comunicação que integram o capacete dos pilotos”, recorda. “A seguir foram as traqueias confecionadas [nome dado às máscaras de oxigénio]”, continua.
Mas a inovação desenvolvida em Ponte de Sor não ficou por aqui. “Estamos a desenvolver um novo produto. Um capacete”, desvenda. “Ainda é um protótipo”, avisa, no qual foi, entretanto, “investido um milhão de euros”, valor onde se inclui “a patente” registada. “É feito de carbono kevlair. Pesa 1 kg e é à prova de bala”, descreve.
Estando o capacete destinado a “pilotos de avião e helicópteros”, Rita Velez, responsável financeira da empresa que não vende ao público, aponta “2021 para que a nova infraestrutura comece a produção”, sublinha. “Uma produção de milhares” porque “temos de começar pequeno”, frisa.
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