Apontado com frequência como “o padrinho” da IA, Hinton assegurou que, nos seus 75 anos, lamenta agora ter dedicado a carreira a este assunto. “Consolo-me com a desculpa normal: se não fosse eu, outro o teria feito”, assinalou ao diário nova-iorquino.

A sua voz de alarme junta-se às de outros peritos que têm expressado preocupações nos últimos meses, sobretudo depois do lançamento de produtos de texto como o já popular ChatGPT e das grandes apostas que os conglomerados tecnológicos estão a fazer nesta área.

“É difícil ver como se pode evitar que os maus atores o usem para coisas más”, disse Hinton na entrevista, na qual avisou para a excessiva velocidade com que se estão a conseguir avanços.

“Veja como era há cinco anos e como é agora”, apontou. “Veja a diferença e projete-a no futuro. Isso assusta”, assinalou Hinton.

A curto prazo, este perito receia que a internet seja inundada de textos, fotos e vídeos falsos e que os cidadãos não possam ser capazes de distinguir o que é real, mas também que estas tecnologias possam substituir muitos trabalhadores e, a prazo, representar mesmo uma ameaça para a humanidade.

“A ideia de que essas coisas poderiam tornar-se mais inteligentes do que as pessoas, era aceite por algumas pessoas. Mas a maioria pensava que isso estavam muito longe. Eu pensava que estava longe. Pensava que faltavam 30 a 50 anos ou mais. Obviamente, já não penso isso”, acrescentou.

Na sua opinião, dever-se-ia parar os trabalhos neste âmbito até que se entenda bem se é possível controlar a IA.