Em entrevista à Lusa, o médico de 28 anos explicou que continua na área "por amor à camisola", embora "talvez em 2019" se dedique à empresa a tempo inteiro, visto que "na medicina só se pode ajudar uma pessoa de cada vez, mas com a digitalização dos serviços tradicionais, consegue-se impactar a vida de muito mais pessoas".
"Alugamos barcos de terceiros. Fazemos uma economia de partilha. Damos acesso a um bem caro que passa a ser democratizado. Caro, subutilizado e dispendioso para os donos. Os barcos acarretam muitas despesas e, desta forma, pode-se tornar numa fonte de receita", contou.
A ‘startup’ (empresa recém-criada de base tecnológica em fase de desenvolvimento) do Porto tem pouco mais de um ano, mas já começa a ser contactada “espontaneamente” por donos de barcos, ao contrário do que acontecia antes, quando tinham "de ir às marinas tentar angariar" clientes, contando agora com "mais de 300 barcos de todas as tipologias", desde "iates longos, barcos desportivos, veleiros, até barcos a remo".
Os donos que se quiserem juntar têm de se "registar na plataforma", havendo depois uma "verificação das condições legais", como "seguro de passageiros e embarcação" e, a partir desse momento, a disponibilidade de aluguer é combinada com os donos e a embarcação fica disponível para os utilizadores. Poderá consultar o site da empresa aqui.
Cerca de "90% dos nossos alugueres são de pessoas que não têm habilitação para capitanear um barco, então estes incluem um ‘skipper' [capitão/comandante da embarcação]. Pode ser o dono do barco, ou alguém designado por nós e que o dono aprove. 10% dos nossos alugueres são pessoas que estão habilitadas com cartas válidas", indicou.
Em Portugal, a empresa encontra-se disponível no Porto, Lisboa e Algarve, enquanto a aposta em Espanha surgiu pela proximidade e pelo "muito turismo balnear", centrando-se em Ibiza, ainda antes de surgirem as opções mais distantes.
"O negócio na Europa é sazonal, só existe no verão. A forma que encontramos para contornar isso foi encontrar países nos quais é verão enquanto aqui é inverno. O Brasil é um país com um mercado enorme e subexplorado. O Dubai é pelo mesmo motivo, mas acresce o facto de uma das maiores empresas de alugueres de barcos nos ter contactado e proposto rentabilizar os barcos deles", revelou o responsável.
A Sailside anunciou ainda que, a partir deste mês, é a "única plataforma de aluguer de barcos no mundo a aceitar pagamentos em criptomoeda, como ‘bitcoins’, e há vários motivos que levaram a esta escolha, sendo um deles uma maior "rentabilização da comissão cobrada”.
Admitiu ainda que o futuro da empresa passa por "fortalecer os pontos" em que estão presentes, não estando prevista uma "expansão geográfica", porque acreditam que podem "ser muito bons e focados em menos alvos", focando-se mais na "ponderação" do que "ambição".
"Costuma-se dizer que melhor que ter um barco é ter um amigo que tenha um barco. E que os melhores dias do dono de um barco é o dia em que o compra e o dia em que o vende. Agora passa a ser o dia que o compra e o que aluga", rematou.
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