O maior e mais poderoso telescópio espacial do mundo utilizou os propulsores do foguetão, durante quase cinco minutos, para entrar na posição orbital definitiva, ao redor do Sol, no local previamente designado, revelou a agência espacial norte-americana (NASA).
O espelho principal do telescópio, com um diâmetro de 6,5 metros, ainda precisa de ser meticulosamente alinhado, noticia a agência AP.
Também os detetores de infravermelhos e os instrumentos científicos têm de ser arrefecidos e calibrados, antes que as observações se iniciem, em junho.
A equipa de controladores terrestres, em Baltimore, aplaudiu assim que foi alcançado mais um sucesso na missão.
"Estamos um passo mais perto de descobrir os mistérios do universo. E mal posso esperar para ver as primeiras novas visões do Universo neste verão”, sublinhou, em comunicado, o administrador da NASA, Bill Nelson.
Este observatório espacial, avaliado em cerca de 10.000 milhões de dólares (cerca de 8.800 milhões de euros) foi lançado em 25 de dezembro.
O novo telescópio, que começou a ser desenvolvido há mais de 30 anos, resulta de uma parceria entre a ESA e as congéneres norte-americana (NASA), líder do projeto, e canadiana (CSA).
O envio do James Webb para o espaço foi sucessivamente adiado, ano após ano.
Engenheiros do ISQ - Instituto de Soldadura e Qualidade estão envolvidos na segurança das operações de lançamento e a astrónoma portuguesa Catarina Alves de Oliveira, que trabalha no Centro de Operações Científicas da Agência Espacial Europeia (ESA), em Espanha, é responsável pela calibração de um dos instrumentos do Webb.
Os astrónomos esperam com o telescópio, que deve o seu nome a um antigo dirigente da NASA, obter mais dados sobre os primórdios do Universo, incluindo o nascimento das primeiras galáxias e estrelas.
O James Webb permitirá captar a luz ténue de corpos celestes ainda mais distantes, de há 13,5 mil milhões de anos, quando o Universo era bastante jovem (a idade estimada do Universo pela teoria do Big Bang é 13,8 mil milhões de anos).
O novo telescópio é apontado como o sucessor do Hubble, em órbita há 31 anos, a 570 quilómetros da Terra.
Dada a distância a que estará da Terra, o Webb não poderá ser reparado em órbita, ao contrário do Hubble, pelo que a sua "esperança de vida" é curta, de cinco a dez anos.
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