Depois das medidas hoje anunciadas, os promotores de videoconferências na Zoom passam a dispor de uma função ‘segurança’, que permite rapidamente eliminar participantes, limitar o seu número, pô-los em espera ou evitar que partilhem conteúdos.
A identificação das conversas é agora mascarada, para impedir que importunos se imiscuam. A instalação de uma palavra de passe passa a ser feita por princípio.
Estas medidas sucedem-se a uma vaga de intromissões indesejadas, que acompanhou a expansão súbita desta aplicação californiana: defesas de teses académicas, aulas e cerimónias religiosas transmitias pela Zoom foram perturbadas por participantes piratas, que difundiam imagens pornográficas ou faziam ameaças.
Várias empresas e organizações, como a Cruz Vermelha, passaram a recomendar aos seus trabalhadores que não a usassem. Em França, a direção interministerial do digital “desaconselha fortemente” a sua utilização. A Google também a desaconselha aos seus funcionários, segundo a imprensa especializada, bem como o Senado norte-americano, segundo o Financial Times.
Ainda nos EUA, os procuradores de pelo menos três estados – Connecticut, Florida e Nova Iorque — estão a inquirir sobre as práticas da empresa, em termos de proteção da vida privada e da segurança.
O meio norte-americano Vice, por seu lado, revelou que a empresa fornecia dados pessoais dos utilizadores a terceiras partes, como a Facebook.
“Nós tínhamos necessidade de um instrumento externo para gerir os nossos pagamentos em linha”, mas “vender dados pessoais nunca fez parte do nosso plano de negócio”, garantiu na quarta-feira o fundador e presidente da Zoom, Eric Yuan.
A garantia de Yuan foi dada durante a primeira sessão de perguntas e respostas que organizou, e tenciona manter com uma periodicidade semanal, para procurar sair desta crise.
Durante esta ação de comunicação, insistiu no “compromisso da Zoom em ajudar os seus utilizadores a continuarem ligados durante este período de crise sanitária”, bem como sobre os seus “esforços para reforçar o nível de proteção da vida privada e a segurança dos seus utilizadores”.
A aplicação também suspendeu a possibilidade de partilhar ficheiros, especificou o seu presidente. “Estamos a concentrar todos os nossos meios na análise de todos os detalhes, para verificar que não há problemas de segurança ou de respeito pela vida privada, e identificámos uma falha potencial na partilha de ficheiros”, justificou Yuan.
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