Viseu, que é “Cidade Europeia do Folclore” durante este ano, vai dinamizar residências artísticas para promover uma revalorização e reinterpretação do folclore e da tradição de raiz popular da região, disse à agência Lusa o vereador da Cultura da autarquia, Jorge Sobrado.
Segundo o autarca, vai ser feito “um conjunto de encomendas artísticas a criadores da moda, da música e da dança” de Viseu e do resto do país, que vão trabalhar nesta área.
“O folclore tem todas as condições, pela sua mitologia, pela sua riqueza, pelo seu imaginário, pela sua iconografia, para sacudir o preconceito de atraso e de pobreza que ele não tem”, frisou, considerando que esta iniciativa, desenvolvida no âmbito da “Cidade Europeia do Folclore”, pretende isso mesmo: sacudir o preconceito e valorizar a riqueza cultural da tradição popular portuguesa.
De acordo com Jorge Sobrado, o município quer fazer “com o folclore o que aconteceu com o fado nas últimas décadas, que se reinventou e se reconciliou com o público português e com as comunidades culturais e artísticas”.
O vereador sublinhou que esta renovação não implica, no entanto, que o folclore “não mantenha a sua pureza”, considerando que há tanto espaço para a preservação como para a reinterpretação.
Nesse sentido, a autarquia, para além de investir cerca de 100 mil euros no desafio a artistas contemporâneos, vai também investir um montante semelhante num plano para o reequipamento e criação de projetos de serviço educativo por parte de grupos, associações e ranchos folclóricos do concelho.
Com esse projeto, Viseu quer “levar o folclore às escolas e trazer as escolas para dentro do folclore”, num projeto de “dinamização e revitalização do tecido associativo ligado aos grupos de folclore”, explanou.
“A nossa ambição maior é dar um contributo para que a população portuguesa volte a demonstrar um interesse e um efeito de sedução pela cultura tradicional de raiz popular”, vincou.
No decorrer de 2018 e ainda no âmbito do ano da “Cidade Europeia do Folclore”, o município traçou também como objetivo alcançar mais de 40 mil entradas (em 2017, registaram-se 35 mil) nos seis espaços museológicos municipais do concelho: Museu Almeida Moreira, Casa Arqueológica José Coelho, Quinta da Cruz, Casa da Ribeira, Museu do Quartzo e Museu do Linho de Várzea de Calde.
A estes vai somar-se também o primeiro espaço expositivo do futuro Museu de História da Cidade, que arranca a 18 de maio.
Para isso, a autarquia aposta num “programa que não seja estritamente expositivo, mas que seja educativo e interativo com os públicos”, procurando conquistar a comunidade escolar, mas também atrair famílias, sintetizou Jorge Sobrado.
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