Ouça aqui o episódio do podcast Um Género de Conversa com Carminho:
“Há uma tensão dinâmica na tristeza que, às vezes, na alegria não há. As pessoas, por norma, não querem estar tristes, querem sair dela, ou sentem a pressão de não conseguirem sair dela. Na alegria há uma contemplação, na tristeza há uma dinâmica de fuga. Quando contas a alguém que uma coisa foi muito boa, é isso, foi bom. Quando contas uma desgraça ficas ali nos detalhes todos”. Palavras de Carminho, que com este seu sexto álbum, lançado em março, não esconde a vontade de refletir sobre o rótulo da tristeza associado o fado. “Sim, o fado pode ser triste. Mas não vamos utilizar esta tristeza forçadamente, como um destino marcado”.
Nestes 50 minutos de conversa com Patrícia Reis e Paula Cosme Pinto, fala sobre a sua infância passada em casas de fado e da resistência que teve, durante muito tempo, em conseguir acreditar que algo que lhe era “tão intuitivo pudesse ser uma profissão” e da forma como abraçou essa possibilidade após uma viagem de volta ao mundo sozinha, em que à repetida pergunta “quem és tu?”, deu por si a pensar no fado como algo essencial à sua existência. Afirma que é “um privilégio ter uma profissão que lhe dá prazer”, porém, reforça que “fazer o que se gosta também dá trabalho”. Assume que há um caminho de evolução que foi feito, mas que não sente vergonha quando olha para trás: “Sinto orgulho em todos os meus discos porque sei que dei o meu melhor, essa certeza é bonita”, explica a fadista, que assegura: “Não sou uma construção de personagem. A Carminho sou eu”.
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