Na edição de 2024, o festival Chefs on Fire trouxe ao recinto da Feira de Artesanato do Estoril, pratos confecionados por 27 chefes nacionais e 3 internacionais, que deram a conhecer as respetivas cozinhas do Equador, França e Angola. Um grupo que conta com oito estrelas Michelin, mas também, como é habitual, com novos talentos que o evento procura dar a conhecer - ou a provar, para sermos mais rigorosos.
A lista de petiscos é extensa e diversificada para os vários paladares e apetites, dos sofisticados aos populares ou mesmo a uma combinação dos dois. Exemplos: houve yakiankou de tamboril em citronela, satay e legumes da época por Paulo Alves / Praia no Parque lado a lado com bifana de moreia grelhada, molho de leitão e salada montanheira de João Sá / Sála e com torresmo com enguia fumada do Ofício. Carne e ppeixe, vegetariano, doce e salgado, as opções e combinações são muitas.
Em comum, o fogo: todos os pratos derivam desse elemento que dá nome ao festival - e que não passa despercebido no plaladar, claro, mas também no cheiro e no firepit de 90 metros quadrados no recinto.
Este ano, o cartaz musical trouxe ao Estoril 12 concertos onde se destacam nomes como Capitão Fausto, Bárbara Tinoco e Buba Espinho.
No final de uma semana marcada por incêndios em Portugal, o Chefs on Fire associou-se às iniciativas de apoio aos bombeiros, convidando os clientes a juntarem-se a uma campanha de recolha de fundos no recinto, promovendo também um minuto de silêncio na abertura de portas na 6ª feira e na cerimónia de entrega de fundos este domingo. Aos bombeiros de Cascais e Estoril que apresentem o seu cartão na bilheteira do recinto foi dada entrada gratuita.
"O Chefs on Fire é, desde 2018, um importante exemplo da relevância de utilizar o fogo de forma segura e responsável e do quanto esse elemento é e será parte da nossa história e gastronomia. Com essa responsabilidade em mente, o festival é desenhado e produzido com apoio dos Bombeiros, de quem somos parceiros desde sempre e que apoiamos de forma tangível com meios e recursos. Essa parceria tem vindo a permitir que o evento aconteça em total segurança, bem como sem qualquer prejuízo de meios ou operativos no terreno - não correndo assim o risco desses meios não estarem disponíveis noutros locais onde sejam necessários", refere a organização da iniciativa.
O festival segue agora de Cascais para uma primeira edição em Madrid no fim de semana de 5 e 6 de outubro e regressa a Portugal no fim de semana de 19 e 20 de outubro, em Foz Côa.
Como tudo começou:
É uma história de família, igual a tantas outras histórias de família - mas esta acabou por dar origem a um festival.
"Um dia, a irmã de Gonçalo Castel-Branco, produtor executivo de Chefs on Fire, perguntou-lhe se podia cozinhar para os seus amigos na sua festa de aniversário. Mal sabia Gonçalo que isso implicaria cozinhar para 60 pessoas numa casa alentejana, com uma cozinha demasiado pequena para servir esse número de pessoas.
Gonçalo, que nunca tinha feito este tipo de coisas, pegou em oito pernas de borrego, dez galinhas, dez pianos, duas barrigas, ananáses, pendurou-os em árvores e, às quatro da manhã, fez uma fogueira no chão. Depois, cavou um buraco no chão e enterrou 25 quilos de vegetais, cozinhando-os com o calor do fogo à superfície.
Esta experiência levou Gonçalo a questionar-se: se ele era capaz de fazer isto, o que é que verdadeiros Chefs de renome fariam e como o fariam?"
O conceito, contam os organizadores, procura promover os boutique festivals - "um formato de menor escala, que certifica uma estrutura mais sustentável e se especializa numa oferta qualificada, onde a experiência é cirurgicamente desenhada em torno do cliente, para que seja tão confortável quanto entusiasmante".
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