Anteriores análises aos restos da criança, enterrados na basílica de Santo Domenico Maggiore, em Nápoles, Itália, sugeriam que tivesse sido infetado com o vírus da varíola, com a cara apresentando marcas aparentemente deixadas pelas pústulas da doença.
No entanto investigadores da universidade McMaster, no Canadá, analisaram pequenas amostras de pele e de tecido ósseo e conseguiram identificar fragmentos de DNA viral.
A análise do genoma revelou que se tratava do vírus da hepatite B, que afeta o fígado e que pode também causar erupção cutânea, de acordo com a investigação publicada hoje na revista científica norte-americana PLOS Pathogens.
A descoberta vem confirmar que a hepatite B afeta a humanidade há muito tempo e que o vírus pouco se alterou nos últimos 450 anos, disse Hendrik Poinar, geneticista da universidade McMaster e principal autor.
Estes dados “mostram a importância da análise molecular para identificar a presença de agentes patogénicos do passado, o que nos permite determinar melhor há quanto tempo eles infetam os humanos” e como evoluíram ao longo do tempo, acrescentou.
“Quanto mais determinarmos como se desenvolveram as pandemias e os surtos infecciosos no passado, melhor compreendemos como é que esses vírus se propagam hoje, o que nos vai ajudar a controla-los melhor”, disse o investigador.
A hepatite B infeta cerca de 350 milhões de pessoas em todo o mundo e provoca quase um milhão de mortes todos os anos.
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