O evento, que se dedica a “apoiar, cuidar e incentivar a comunidade dos músicos de jazz, portugueses”, abre este ano com a apresentação de um livro dedicado à própria Festa do Jazz, no dia 12, contando a sua história que, “em muitos pontos, se confunde com a história contemporânea do jazz em Portugal”, revela uma nota de imprensa enviada à agência Lusa.
No dia seguinte, a programação abre com o debate subordinado ao tema “Portugal, Jazz e Racismo”, com a presença de Mamadou Ba (SOS Racismo) e das cantoras Maria João e Selma Uamusse.
“O jazz tem na sua génese uma forte ligação às comunidades negras, aos seus ritmos e formas de interpretação musical. Neste debate pretende-se recuperar essas referências históricas, trazendo-as para a atualidade de forma a refletir sobre o momento que vivemos no que diz respeito às questões raciais que estão no mesmo patamar das questões de género e de igualdade”, explica o comunicado.
Em termos musicais, destacam-se, no primeiro dia, o concerto de Mali M’Mbuli Baaba, em homenagem a Bernardo Sassetti, no ano em que completaria 50 anos, com as participações de João Mortágua (saxofone alto), João Pedro Coelho (piano) e dos seus acompanhantes de sempre, Carlos Barretto (contrabaixo) e Alexandre Frazão (bateria), assim como a sessão de encerramento, no dia seguinte, com Maria João & Carlos Bica Quarteto.
Pelo palco do Pequeno Auditório do CCB passam também, ao longo dos dois dias, artistas e projetos como Tomás Marques Quarteto, Andy Sheppard Costa Oeste, Gabriel Ferrandini “Volúpias”, João Barradas (a solo), Ricardo Toscano “The Sound of Desire” e ainda vários encontros com grandes nomes do jazz português, entre os quais um primeiro com Carlos Martins, João Paulo Esteves da Silva, Carlos Bica e João Lobo e, um segundo, com Inês Proença, Maria Fonseca, Sofia Queiróz e Beatriz Félix.
A programação da Festa do Jazz volta a incluir, ainda, o Encontro Nacional de Escolas, que permite a novos talentos do jazz nacional mostrar o seu trabalho e talento, no qual participam, este ano, JB Jazz Clube, Art’J — Escola Profissional de Artes Performativas da JOBRA, JAHAS Rockschool Porto, Curso Profissional de Instrumentista de Jazz da Bemposta, ESMAE — Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo, Universidade Lusíada de Lisboa e Universidade de Évora.
Todos os concertos do Festa do Jazz 2020 serão transmitidos em direto através da plataforma RTP Palco e, tal como nas edições anteriores, serão atribuídos os Prémios RTP / Festa do Jazz, resultantes de uma parceria entre a organização do evento, a cargo da Associação Sons da Lusofonia, e a RTP, que “promove a música improvisada portuguesa” e dá a conhecer “os melhores músicos nacionais de cada ano”.
A edição de 2020 vai promover, também, uma recolha de donativos para o Fundo de Solidariedade da Cultura, que pretende “apoiar individual e financeiramente o maior número de pessoas possível” em situação de carência devido a cancelamentos ou adiamentos de atividades culturais devido à pandemia de covid-19.
Com organização da Associação Sons da Lusofonia, a 18.ª edição da Festa do Jazz realiza-se com o apoio da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, a Direção-Geral das Artes, do CCB e do DST Group.
Em 2019, depois de 15 edições no Teatro São Luiz (entre 2003 e 2017) e uma em vários espaços do Bairro Alto (em 2018), a Festa do Jazz, uma iniciativa da Associação Sons da Lusofonia, decorreu nos vários espaços do Capitólio, no Parque Mayer.
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