“Este ano é diferente e vamos aproveitar o melhor que este diferente nos traz”, explicou à agência Lusa a responsável pela comunicação da comissão deste ano das Cavalhadas de Vildemoinhos, uma aldeia do concelho de Viseu que já se encontra dentro do perímetro urbano.
Na noite de 23, terça-feira, “um dos pontos altos dos festejos, com a queima do pinheiro com rosmaninho, que este ano não acontecerá, será marcado pelo espetáculo de Cuca Roseta, porque este dia tão importante teria de ter algo” que assinalasse a noite de São João.
“Vamos ter a Cuca Roseta no seu espetáculo Trio Elétrico Portugal à Janela. O percurso está divulgado nas redes sociais e não vai haver paragens. Pedimos que se mantenham em segurança, com as devidas precauções e proteções, porque esta é uma possibilidade de viver o São João em segurança com a presença de uma grande artista”, assumiu.
Cuca Roseta cantará nas ruas de Viseu entre as 19:00 e as 20:00 e, a partir das 21:30 até às 23:00, será nas ruas de Vildemoinhos que o fado, músicas populares e música dos santos se fará ecoar.
Anabela Abreu explicou que, na base do cortejo alegórico, que tradicionalmente todos os anos sai às ruas da cidade, está o cumprimento de uma promessa junto da capela de São João Baptista, no lado oposto da cidade [em relação a Vildemoinhos], e, este ano, “é isso que vai ser evidenciado, porque a promessa tem de ser cumprida”.
“Na base está uma disputa de água, disputa essa que os moleiros de Vildemoinhos ganharam e, para agradecer a intervenção divina nessa disputa, prometeu-se que todos os anos iríamos a São João da Carreira dar três voltas à capela, em agradecimento. Esta promessa teria de ser cumprida”, afirmou Anabela Abreu.
Esta responsável admitiu que o lado religioso das cavalhadas “é o menos visível e conhecido” e, por isso, a organização “decidiu divulgá-lo pelo mundo”.
A partir das 09:00 do dia de S. João haverá uma emissão em direto na página da internet das Cavalhadas de Vildemoinhos e também nas redes sociais da organização, como o Facebook.
“Irão só o alferes, dois mordomos e o moleiro, com as suas bandeiras, fazer o cumprimento da promessa e será, certamente, arrepiante assistir às três voltas na capela de São João da Carreira, onde aconteceu uma das batalhas pelas águas. Ali, naquele silêncio, só com a reza que os mordomos fazem e ao mesmo tempo estar a ser transmitido para todo o mundo”, disse.
Anabela Abreu adiantou que enquanto se assiste ao cortejo dos quatro cavalos, a caminho da capela e no regresso a Vildemoinhos, haverá “um painel de convidados que vai falando e trocando histórias da tradição e dos vários episódios dos 368 anos” de Cavalhadas.
“Será uma oportunidade para as pessoas verem o cumprimento da promessa, verem Vildmeoinhos e Viseu, e nós acreditamos que será algo histórico e uma emissão única que vai ficar para os séculos de história das Cavalhadas”, assumiu.
O cortejo tradicionalmente conta com dezenas de cavaleiros, “alguns de longe”, que se associam ao São João em Vildemoinhos, mas, este ano, a organização “tem feito uma campanha muito grande na internet, e não só, para que ninguém se desloque a Viseu ou a Vildemoinhos, porque poderão assistir a tudo em segurança, em casa”.
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