Esta é a segunda edição do programa dinamizado pela diretora de 'castings' Patrícia Vasconcelos e pela Academia Portuguesa de Cinema. “Este tipo de projetos são sementes que vamos lançando, algumas dão logo e outras levam mais tempo a germinar, algumas até levam alguns anos”, referiu Patrícia Vasconcelos, em declarações à Lusa.
A primeira edição do “Passaporte” aconteceu no ano passado e uma das 'sementes plantadas' até já deu fruto. “Tivemos muita sorte de o diretor de 'casting' da série ‘Vikings’ estar a precisar de um ator e de o Albano Jerónimo ter as características pretendidas”, referiu. Entretanto, o ator já gravou a sua participação na série e os episódios deverão ser emitidos em Portugal no outono.
Patrícia Vasconcelos criou o programa partindo da premissa de que, “em Portugal, há talento exportável” e os resultados comprovam-no.
Para o ator Albano Jerónimo, a participação no Passaporte “foi uma experiência única no percurso profissional como ator”. “Eu sou nomeadamente mais um ator de teatro e esta experiência levou-me para outro nível, nem que seja por ter tido contacto com uma produção com esta envergadura”, disse, em declarações à agência Lusa.
Na série, Albano Jerónimo veste a pele de um guerreiro grego que fala grego arcaico. “Toda esta massa de produção foi massiva para mim, nunca tinha falado grego na vida e tive um ‘coach’ comigo um mês só para isso, além disso filmei em três países distintos: Marrocos, Irlanda e Islândia”, recordou.
Mas a participação em “Vikings” não foi para o ator o único fruto da semente “Passaporte”. “Fui contactado por uma ‘manager’ para ser agenciado por ela, isto só se deve por ter sido aceite noutro mercado, e tenho outras consequências que atempadamente irei partilhar”, disse.
Além da participação de Albano Jerónimo em “Vikings”, aconteceram “outras coisas não tão visíveis” na primeira edição do “Passaporte”. “Um dos agentes internacionais que esteve cá quis ficar a representar a Joana Ribeiro, houve vários atores com a possibilidade de participarem em 'castings' internacionais e a Mina Andala arranjou um agente em Inglaterra”, contou Patrícia Vasconcelos, considerando que “tudo isto já não é nada mau”.
No ano passado, o programa estava “mais centralizado na Europa, embora dos 12 diretores de 'casting' presentes, dois fossem brasileiros”. Este ano foi “alargado mais para a América Latina”. Dos 18 diretores de 'casting' que estarão presentes, seis são de países latinos: Brasil, Colômbia, México e Argentina.
Outra novidade é que, além de entregarem material digital aos diretores de 'casting', os atores terão a oportunidade de se apresentarem ao vivo, num ‘show case’. “Cada um dos atores tem três minutos livres, durante os quais pode representar uma cena, um monólogo ou ler um poema, o que quiser, e eles [diretores de 'casting'] estão sentados numa plateia a ver”, disse.
Este ano inscreveram-se 150 atores, tendo sido selecionados 30. “No ano passado era só manifestar interesse, este ano a candidatura era feita 'online' e era obrigatório ter um ‘showreel’ [compilação de exemplos de trabalhos, que dura entre 3 a 5 minutos], e uma ‘selftape’ [audição/'casting' gravado e enviado pelo ator], um currículo e ser membro da Academia Portuguesa de Cinema”, explicou Patrícia Vasconcelos.
Entre os 30 atores estão nomes como Diogo Infante, Maya Booth, Ivo Canelas, João Jesus, Paula Lobo Antunes, Miguel Borges, Sara Matos, Flávia Gusmão, José Fidalgo e Filipa Areosa.
Esta última atriz tem “boas expectativas” em relação ao programa.
“É uma oportunidade para estarmos em contacto com diretores de 'casting' que trabalham lá fora, fazem produções importantes e vão explicar como funciona lá fora e pode ser uma oportunidade para nós podermos trabalhar com eles”, referiu Filipa Areosa, em declarações à Lusa, acrescentando que seria “bom que houvesse mais vezes e para mais atores”.
Ao longo dos vários dias, haverá “momentos diretos com os diretores de 'casting'”, limitados aos 30 atores selecionados, mas também ‘workshops’, na Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, abertos ao público e gratuitos, para os quais é necessária inscrição prévia, e que estão com lista de espera.
O “Passaporte” é apoiado pelo Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA) e pela Fundação GDA – Gestão dos Direitos dos Artistas.
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