No ano em que se comemora o 30.º aniversário da queda do Muro de Berlim, o DocLisboa assinala a efeméride com a retrospetiva “Ascensão e Queda do Muro – O Cinema da Alemanha de Leste”, segundo um comunicado divulgado hoje.
“Esta retrospetiva tem como objetivo mostrar a abundância de formas e temas nas produções cinematográficas da Alemanha Oriental […]: filmes de propaganda e proibidos, ficções e documentários, curtas e longas, realizados por várias gerações de cineastas”, de Konrad Wolf, Gerhard Lamprecht e Karl Gass a Winfried Junge e Gerhard Klein, passando por Jürgen Böttcher, Volker Koepp, Iris Gusner, Andreas Voigt, Helke Misselwitz e Thomas Heise.
O estúdio estatal de cinema DEFA (Deutsche Film Aktiengesellschaft) foi fundado em 1946, logo após a Segunda Guerra Mundial, tendo funcionado até 1991.
Os filmes incluídos na retrospetiva “retratam o povo alemão – por vezes acompanhando-o ao longo dos anos – a viver num país ferido num território ferido”.
“Reconstrução, juventude, mulheres, trabalho, vida quotidiana, a cena musical e a vida artística e a cidade de Berlim são alguns dos tópicos recorrentes nestes filmes que se servem de diversas linguagens cinematográficas”, refere a organização, salientando que ver estes filmes “significa não apenas desenterrar o passado, mas também repensar o presente”.
A programação da 17.ª edição do DocLisboa, que decorre entre 17 e 27 de outubro, inclui ainda uma retrospetiva dedicada ao trabalho da “cineasta, fotógrafa, jornalista, intelectual refinada e feminista” libanesa Jocelyne Saab, que morreu este ano.
A organização do festival recorda que o cinema de Jocelyne Saab, “feito de documentários, reportagens, filmes de ficção, tem como ponto de partida a cidade de Beirute para depois atravessar o Médio Oriente, o Mediterrâneo e diferentes expressões artísticas, com um olhar intenso e ao mesmo tempo alegremente surrealista”.
As retrospetivas da 17.ª edição do DocLisboa são antecipadas já a 26 de julho, numa sessão ao ar livre na Cinemateca Portuguesa, às 22:30, com a exibição de “Paule in Concert”, de Lew Hohmann, e “Lettre de Beyrouth”, de Jocelyne Saab.
(Notícia corrigida às 16:10: alterado o nome do filme de Jocelyne Saab)
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