Numa conversa breve de antecipação, falámos sobre alguns dos motivos pelos quais o livro, lançado nos anos 60, é ainda considerado muito atual.
“Acho que o livro se torna interessante porque nos dá a perspetiva de uma criança branca” sobre “o que poderá ser uma injustiça num corpo negro”, descreve a escritora Yara Monteiro.
“Mataram a cotovia” (“To kill a mockingbird”, no original), da autoria de Harper Lee, foi lançado em 1960, sendo considerado um clássico na literatura norte-americana. Em 1961, ganhou o prémio Pulitzer de Ficção e no ano seguinte deu origem a um filme.
Ao longo dos anos, a obra tem dado que falar, tendo havido vários pedidos para que seja retirada da lista de leituras recomendadas nas escolas nos Estados Unidos por usar linguagem ofensiva, pela descrição de cenas de violação e pela abordagem ao racismo.
Yara Monteiro recomenda a leitura e considera que “Harper teve uma grande capacidade de se colocar numa posição de reflexão e de humildade e de querer entender e empatizar com o outro, trazendo à luz da sociedade, através de um olhar branco, o que poderá ser uma injustiça num corpo negro”.
Na conversa de antecipação do encontro participaram Yara Monteiro, convidada especial da próxima edição do clube de leitura "É Desta Que Leio Isto", Elisa Baltazar, moderadora das sessões e co-fundadora do clube de escrita “O Primeiro Capítulo”, e Margarida Alpuim, jornalista do SAPO24.
Esta quinta-feira, 9 de julho, às 21h00, realiza-se o encontro sobre o livro "Mataram a cotovia". Para participar na conversa, basta inscrever-se aqui e preencher o formulário. Para ir 'abrindo o apetite', pode também juntar-se desde já ao nosso grupo de discussão literária no Facebook.
Excerto da sinopse do livro (edição Relógio D’Água):
“Situado em Maycomb, uma pequena cidade imaginária do Alabama, durante a Grande Depressão, o romance de Harper Lee, (…) fala-nos do crescimento de uma rapariga numa sociedade racista.
Scout, a protagonista rebelde e irónica, é criada com o irmão, Jem, pelo seu pai viúvo, Atticus Finch. Ele é um advogado que lhes fala como se fossem capazes de entender as suas ideias, encorajando-os a refletirem, em vez de se deixarem arrasar pela ignorância e o preconceito.
Atticus vive de acordo com as suas convicções. É então que uma acusação de violação de uma jovem branca é lançada contra Tom Robinson, um dos habitantes negros da cidade. Atticus concorda em defendê-lo (…)”.
(Artigo atualizado às 9h20 de 9 de julho)
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