O júri, coordenado por José Manuel Mendes, presidente da Associação Portuguesa de Escritores (APE), e constituído pelos professores, ensaístas e investigadores Artur Anselmo, Cândido Oliveira Martins e Cristina Robalo Cordeiro, atribuiu o Grande Prémio “por maioria” ao livro “Ingmar Bergman – O Caminho contra o Vento”, de Cristina Carvalho.
“Mais e melhor do que uma leitura atenta e objetiva sobre uma das personalidades mais marcantes da história do cinema, esta ficção, redigida na primeira pessoa, ou ‘diário imaginário’, leva o leitor a entrar no vivido quotidiano e nas recordações de um velho homem de génio”, refere a ata do júri, numa referência à obra premiada e, ao mesmo tempo, ao cineasta sueco, também dramaturgo e encenador, realizador de filmes como “Morangos Silvestres”, “Sonata de Outono” e “Fanny e Alexandre”.
Nesse mesmo documento, citado na nota de imprensa da APE, o júri salienta que, “se a identificação passional da escritora à sua personagem produz um sedutor efeito de desdobramento, a literatura ganha neste jogo do mesmo e do outro, sem que o auto-retrato de Bergman perca a sua verdade e a sua pujança”.
Filha da escritora Natália Nunes e do poeta António Gedeão (pseudónimo do cientista e pedagogo Rómulo de Carvalho), Cristina Carvalho nasceu em Lisboa, em 1949, e é autora de 17 obras de ficção e ensaio, entre as quais “O Olhar e a Alma, romance de Modigliani” e “A Saga de Selma Lagerlof”.
O Grande Prémio de Literatura Biográfica Miguel Torga foi instituído pela APE, com o patrocínio da Câmara Municipal de Coimbra, substituindo o anterior Prémio Literário Miguel Torga/Cidade de Coimbra.
Com um valor pecuniário de 12.500 euros, o prémio tem uma periodicidade anual, mas, para a sua primeira edição concorreram, a título excecional, obras publicadas em 2020 e 2019.
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