“A Life on Stage” (“Uma vida em palco”, em tradução livre) é o título desta mostra que reúne desenho, escultura e filmes, com curadoria de Bruno Marchand, programador de artes visuais na Culturgest, ficando patente até 16 de abril.

As obras de Peter Wächtler “desenvolvem-se num universo onde a fantasia, a fábula e um certo pendor existencialista se aliam na criação de propostas que exploram uma ambiguidade radical”, descreve um comunicado da Culturgest sobre o trabalho do artista, nascido em 1979, em Hannover, Alemanha, e que vive e trabalha em Berlim e Bruxelas, na Bélgica.

A melancolia, a ironia e o humor são características transversais do trabalho de Peter Wächtler, que “usa a narrativa e, particularmente, o solilóquio como ferramentas principais”. “Uma parte importante da sua produção passa pela criação de narrativas ficcionais onde personagens humanas e não-humanas deixam transparecer algum tipo de angústia existencial”.

As suas obras, que incluem escultura, desenho e animação, evocam frequentemente uma narração próxima da fábula, com animais ou figuras humanas em estados animados.

Frente aos seus desenhos, esculturas ou filmes, “é frequente sentir-se uma espécie de ‘desrealização’, como se as suas personagens — vindas de outro tempo, de outros modos ou de outras espécies — falassem melhor sobre as pequenas neuroses do quotidiano, desencantos e expectativas”, aponta a curadoria da mostra.

As obras do artista alemão são fragmentos de histórias cujos personagens revelam dificuldade em estabelecer laços afetivos e emocionais e em operar de forma funcional no seu entorno.

O trabalho de Peter Wächtler tem sido alvo de exposições individuais em instituições como The Renaissaince Society, em Chicago, The Power Station, em Dallas — ambas nos Estados Unidos -, a Chisenhale Gallery, em Londres, no Reino Unido, e o Schinkel Pavillon, em Berlim, na Alemanha.

Participou em várias mostras coletivas, nomeadamente na Bienal de Liverpool 2014 e na Bienal de Lyon 2013.