A programação cultural, hoje anunciada pela Câmara do Porto, que organiza o certame, inclui ainda um ciclo de cinema, exposições, várias oficinas e atividades para crianças, que decorrem nos próprios jardins e na Biblioteca Almeida Garrett, entre outros espaços.
Entre os convidados internacionais, destaque para o escritor francês Laurent Binet, numa sessão de debate, em 16 de setembro, intitulada “O que pode a língua?” e moderada por Ana Sousa Dias, sobre “realidade e ficção, e sobre a linguagem como instrumento de transformação do Homem e do mundo”.
O autor, que em 2010 ganhou o prémio Gouncourt com o romance “HHhH”, sobre o assassinato do dirigente nazi Reinhard Heydrich, editou em 2016 “A Sétima Fundação da Linguagem”, uma “reinvenção” da morte de Roland Barthes.
No dia 03 de setembro, primeiro domingo do certame, é a sul-coreana Han Kang, que em 2016 venceu o Man Booker International por “A Vegetariana”, que estará presente num debate sobre “A solidão do Oriente”, sobre “a situação da mulher numa sociedade conservadora, como é a coreana, a solidão e a loucura”.
Por seu lado, o autor Teju Cole, de dupla nacionalidade nigeriana e norte-americana, conversa a 10 de setembro com Isabel Lucas sobre os “caminhos da nova literatura africana”, enquanto a escritora e tradutora brasileira Tatiana Salem Levy e a portuguesa Dulce Maria Cardoso discutem, um dia antes, se “a literatura pode salvar o mundo”, num debate moderado por Raquel Marinho.
A 16 de setembro, o evento recebe um colóquio sobre o trabalho de Óscar Lopes (1917-2013), antigo diretor da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, que se destacou como linguista, crítico e historiador literário, com a participação de Artur Santos Silva, Carlos Magno, Isabel Margarida Duarte, José Luís Borges Coelho, José Manuel Mendes, José Pacheco Pereira e Viriato Pina Moura, com moderação de Isabel Pires de Lima.
O texto “Comunidade”, de Luiz Pacheco, um registo “íntimo e autobiográfico” que serve de “testemunho dos anos de privação do escritor, polemista e editor (1925-2008)”, será levado ao palco por Maria Duarte, Gonçalo Ferreira de Almeida e João Rodrigues, a 16 e 17 de setembro.
Nas sessões de ‘spoken-word’, André E. Teodósio, do Teatro Praga, criou uma performance evocativa dos 35 anos da publicação de “Memorial do Convento”, de José Saramago, no dia de abertura da feira, enquanto Marta Hugon (voz) e Filipe Raposo (piano) lembram Clarice Lispector, nos 40 anos da morte da escritora brasileira, a partir de uma seleção de textos de Carlos Mendes de Sousa, no dia 09 de setembro.
Na música, o jazz é o género dominante, nos finais de tarde dos fins de semana, com atuações de Eduardo Cardinho Quinteto, Renato Dias Trio, Impermanence, Pedro Neves Trio e Rui Filipe Freitas Sexteto, além dos blues dos Soaked Lamb.
A Feira do Livro do Porto vai ser dedicada a Sophia de Mello Breyner, cabendo ao filho da escritora Miguel Sousa Tavares abrir o ciclo de debates no dia 02 de setembro, com Ana Luísa Amaral e Frederico Lourenço, depois de uma cerimónia de homenagem na avenida das Tílias.
Antes, no dia 01, será inaugurada uma exposição, patente até 12 de novembro na Galeria Municipal, sobre a obra de Sophia, bem como os quatro elementos da Natureza nela presentes, com quatro curadores — Pedro Faro (fogo), Eduarda Neves (terra), Nuno Faria (ar) e Ana Luísa Amaral (água).
A programação inclui ainda várias oficinas de escrita e ilustração, para crianças e adultos, espetáculos infantis, sessões de leitura e um ciclo de cinema, programado em parceria com a Medeia Filmes.
Esta será a quarta vez que o evento é organizado pela Câmara do Porto, que apontou a mesma configuração e número de pavilhões de 2016 — 131 –, depois de no ano passado ter batido um recorde de visitantes: mais de 250 mil visitas, segundo os números revelados pelo município.
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