“Pela primeira vez na sua história, não é uma personalidade, mas uma instituição que queremos celebrar”, afirmou a presidente do festival, Iris Knobloch, e o delegado-geral, Thierry Frémaux, a propósito dos estúdios Ghibli, responsáveis “por uma das grandes aventuras da cinefilia, entre a tradição e a modernidade”.
A Palma de Ouro de Honra de Cannes será, assim, atribuída a um coletivo que, nos anos 1980, fundou um dos mais emblemáticos e acarinhados estúdios de animação no Japão: os realizadores Hayao Miyazaki, que tem 83 anos, e Isao Takahata, que morreu em 2018, e o produtor Toshio Suzuki, atualmente com 75 anos.
Foi dos estúdios Ghibli que nasceram filmes como “O Túmulo dos Pirilampos” (1988) e “Pom Poko: A grande batalha dos Guaxinis” (1994), de Takahata, e ainda “O meu vizinho Totoro” (1988), “A princesa Mononoke” (1997) e “A viagem de Chihiro” (2001), todos de Miyazaki.
O estúdio foi fundado depois do sucesso do filme de animação “Nausicaa do vale do vento”, de 1984, assinado por Hayao Miyazaki a partir de uma série de banda desenhada que o autor tinha criado.
Em 2023, ano em que se estreou “O rapaz e a garça”, apresentado como o derradeiro filme de Miyazaki, os estúdios Ghibli passaram a ser uma subsidiária da estação de televisão nipónica NTV.
“Realmente percorremos um longo caminho para que o estúdio Ghibli se tornasse uma organização tão grande. Embora Miyazaki e eu tenhamos envelhecido consideravelmente, tenho a certeza de que o estúdio Ghibli continuará a enfrentar novos desafios, liderados pela equipa que dará continuidade ao espírito da empresa”, afirmou Toshio Suzuki, citado no comunicado de Cannes.
O festival de cinema de Cannes, marcado de 14 a 25 de maio, já tinha anunciado antes que também atribuirá um prémio de honra ao realizador e produtor norte-americano George Lucas.
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