Eram 2h14 da manhã quando decidi passar pelo Twitter para perceber se o problema era só meu. Fui a medo, confesso, que nisto dos spoilers todo o cuidado é pouco, mas a verdade é que em Portugal (e no Brasil também, por exemplo) havia pouco para spoilar: a HBO estava em baixo e eu não era o único que não conseguia ver a estreia do primeiro episódio da oitava e última temporada da Guerra dos Tronos em tempo real, como prometido.
Não sou informático, mas diria que não deve ser preciso sê-lo para antecipar um volume gigante de acessos à plataforma à hora da estreia. Estamos “só” a falar da série mais popular de sempre (não disse a melhor, não comecem já a queimar ecopontos). Mas isso não aconteceu. Ou, pelo menos, “algo” aconteceu para que eu e mais uns quantos não pudéssemos assistir à estreia em tempo real.
Como em tudo na vida, há sempre um gif de Game of Thrones para ilustrar a situação:
E sim, as piadas multiplicaram-se, ou não fosse o humor parente próximo da “desgraça” (alerta first world problems!). A minha favorita? “Spoiler: Primeira morte da oitava temporada foi a HBO Portugal. Verdade. Vi no SyFy.” (Este que vos escreve não tinha acesso ao SyFy, caso se estejam a perguntar porque raio não liguei a TV...)
69 minutos (e um bocado de um jogo da NBA) depois, consegui finalmente deitar os olhos no primeiro episódio. E sim, posso confirmar que o inverno chegou. Mas veio morno.
Tal como nos primeiros episódios de temporadas anteriores, este foi também um episódio que serviu, acima de tudo, para nos contextualizar na trama, quase dois anos depois do último episódio da sétima temporada ter sido emitido. Por isso mesmo, passamos mais tempo a assistir a um desfile das personagens principais a falarem umas com as outras do que a ver a ação a avançar. A falarem ou a reencontrarem-se, visto que esta estreia pareceu, a certa altura, um episódio do saudoso Ponto de Encontro.
Jon Snow voltou com a “sua” (tia!) Daenarys a Winterfell para reencontrar Sansa “não morro de amores pela Daenarys” Stark e a sua irmã Arya. Arya, por sua vez, reencontrou Hound e Gendry, ao passo que atual Rainha do Norte voltou a conversar com Tyrion. Os irmãos Greyjoy também se reencontraram, ainda que o salvamento de Theon tenha sido cumprimentado pela irmã à cabeçada.
No final, houve também tempo para um reencontro adiado desde a primeira temporada: Jaime Lannister e Bran. Foi ao longe, mas percebeu-se que Jaime não estava à espera e Bran... bom, Bran estava na sua “cena” e provavelmente nem reparou no homem que o empurrou de uma janela e o colocou numa cadeira de rodas há oito anos, no primeiro episódio de sempre da série.
O “momento fofinho” no capítulo dos reencontros estaria reservado para Arya e Jon, que, apesar de não se verem há anos, passaram o tempo a falar de espadas em vez de colocarem a conversa em dia sobre os seus feitos no tempo em que estiveram separados.
Mas os “momentos fofinhos” não ficaram por aqui. Quais Aladino e Jasmin, Jon e Dany também tiveram a sua viagem em tapetes com formato de dragões rumo a cascatas onde juraram amor eterno e trocaram carícias que ultrapassam largamente os limites daquilo que se considera uma relação saudável entre tia e sobrinho.
Por falar em incesto, talvez o principal momento do episódio tenha sido aquele em que um destroçado Sam Tarly – Dany tinha acabado de confessar-lhe o assassinato do seu pai e irmão – contou ao seu amigo Jon que, afinal de contas, é ele o herdeiro do trono e que o seu nome não é Jon mas sim Aegon Targaryen. Não é nada de novo, já o sabíamos há dois anos, mas é, ainda assim, um avanço.
Contas feitas, tivemos mais ação na página de Facebook da HBO Portugal do que no episódio. E agora, faltam cinco. Até para a semana, mas sem atrasos, por favor. Ok, HBO?
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