Em comunicado, a Michelin afirma que a capital andaluza foi “eleita para acolher a gala de apresentação” do Guia Michelin Espanha e Portugal 2020, um ano depois de ter decorrido em Lisboa, naquela que foi a primeira vez que Portugal recebeu a cerimónia.
“A alta gastronomia é, sem dúvida, um dos setores em que a Andaluzia regista um maior desenvolvimento, apostando com êxito na inovação e na vanguarda, mas sem abdicar das suas raízes”, refere a nota da Michelin, que recorda que a Andaluzia (sul de Espanha) recebeu no ano passado 18 milhões de visitantes e Sevilha, em particular, acolhe anualmente três milhões de turistas.
O presidente da Câmara de Sevilha, Juan Espadas, citado no comunicado distribuído à imprensa, destaca: “A virtude da nossa gastronomia é combinar a cozinha mais tradicional com uma renovada e inovadora gastronomia, que adapta a essência da própria cozinha sevilhana aos novos tempos. Queremos valorizar o trabalho dos cozinheiros e empregados de mesa e, em suma, da totalidade do pessoal da hotelaria, pilar fundamental, essencial, para o turismo e para o conjunto da economia e do emprego da cidade”.
Sevilha, recorda o autarca, é a “capital por excelência da ‘tapa’” (petisco espanhol).
“A gastronomia não é apenas turismo. É, porventura, o melhor escaparate para os produtos agroalimentares andaluzes e, portanto, exerce um enorme poder de arrasto sobre a atividade da indústria agroalimentar sevilhana e andaluza. A cozinha, ao mesmo tempo, propiciou a formação e o empreendimento empresarial gastronómico na cidade, que partiu dos jovens cozinheiros e do conceito dos ‘gastrobares’, ampliando-se também a oferta de restaurantes de grande qualidade na cidade”, salienta.
A diretora comercial da Michelin Travel Partner Espanha Portugal, Mayte Carreño, afirma que “o compromisso das instituições públicas, a qualidade da gastronomia andaluza e a sua aposta na excelência, assim como a importância da Andaluzia e de Sevilha enquanto destinos turísticos de primeira categoria, tornam a capital andaluza no marco ideal para acolher esta grande festa gastronómica”.
Na próxima gala a Michelin pretende “estender uma ponte para o passado”, realizando o evento no Teatro Lope de Vega e o Casino de la Exposición, “dois edifícios que foram construídos para a Exposição Ibero-Americana de 1929.
O jantar da gala contará com criações de vários ‘chefs’ de restaurantes da Andaluzia distinguidos com estrelas, coordenados por Ángel Léon, do restaurante Aponiente (Porto de Santa Maria, três estrelas – classificação máxima).
O evento anual reúne normalmente cerca de 400 convidados, entre autoridades dos governos nacionais, regionais e locais, personalidades da cultura, empresários e mais de cem profissionais da imprensa, além dos ‘chefs’ com três e duas estrelas, “inúmeros com uma estrela” e cozinheiros de restaurantes com a distinção Bib Gourmand e Prato Michelin.
A gala assinalará também os 110 anos do lançamento do guia ibérico, que teve a sua primeira edição em 1910.
Portugal tem atualmente seis restaurantes com duas estrelas (Alma – a novidade da edição deste ano-, Belcanto, The Yeatman, Vila Joya, Ocean e Il Gallo d’Oro) e 20 com uma estrela, três das quais conquistadas na edição de 2019 (A Cozinha, Midori e G Pousada).
Em Espanha, há 11 restaurantes com a distinção máxima, 25 com duas e 170 com uma.
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