A questão da identidade - ou das identidades - dificilmente poderia ser mais atual. Um tema que o artista David Reis Pinto tem abordado em diferentes trabalhos agora expostos em conjunto, numa mostra que reúne 70 obras do autor.
Para o Coletivo 284 esta é mais uma oportunidade de associar inovação tecnológica a uma mostra artística, potenciando a experiência de imersão, como nos adianta a curadora da iniciativa, Adriana Scartaris.
“Ao chegar, o público é recebido por um holograma que apresenta um personagem importante da exposição. [Este personagem] lança a provocação inicial ao mostrar uma visão do que seríamos por dentro. Em seguida, um grande painel em caixa de luz apresenta o cenário que retrata a investigação do artista em isolamento de forma impactante. As primeiras perguntas são lançadas ao público num jogo de preto e luz, como que a apresentar a ambiguidade da reflexão”.
A este primeiro espaço segue-se uma segunda cápsula, como é designada pela curadora, que apresenta “Rostos Icónicos”, um conjunto de personagens de referência para o artista e para a sociedade. “O tempo de pintar cada personalidade ou tema serve-me como um tempo de relacionamento, aproximação, e de oportunidade para aprender com os grandes nomes da nossa história. O confronto que faço é efetivamente redescobri-los através de um olhar próprio, percebendo o que significaram e o que ainda significam”, acrescenta David Reis Pinto.
Na terceira cápsula, denominada “Cerebrum Projet”, estará exposta uma instalação composta por três telas, "Cerebrum project", "Egusplasticus" e "Hipothalamus". O fundo preto representa simbolicamente a matéria preta, o plano sem fundo, o caos, de onde se extrai o conhecimento, a cor, a luz.
No quarto espaço ou cápsula são apresentadas as “Epopeias Imersivas”, que propõem um mergulho na mente à procura de pensamentos invisíveis, identificando-os e ganhando capacidade de agir sobre eles.
“Neste mundo moderno e acelerado os nossos pensamentos podem não ser os mais saudáveis, possivelmente contaminados ou simplesmente confusos acabam por distorcer a nossa perceção sobre a realidade e, pior, fazer-nos acreditar que estamos conscientes perante as decisões que tomamos, mesmo que defraudem as prioridades de uma ética consciente”, refere o artista.
No quinto espaço da exposição, é apresentada a instalação “A Barca”, composta por 39 obras em APs (Artist Proof) numeradas em edição limitada, das quais 13 representam um conjunto de pilares que podem trazer as respostas para a questão central da exposição: Gratitude, Integrity, Belive, Equality, Altruism, Perseverant, Freedom, Mutation, Reserach, Perception, Empathy, Limitless e Identity.
“Com identidade saberemos observar melhor, e saberemos também antecipar tanto os desejos à procura do Belo, como os pecados à procura da destruição. Identity é determinante para a definição do futuro”, sublinha o autor.
IDENTITY é resultado de um trabalho de equipa do artista David Reis Pinto e da curadora Adriana Scartaris, cofundadora do “Coletivo 284”, ao lado de Paulo André. A exposição fica aberta ao público até dia 20 de novembro.
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