Embora aquela organização norte-americana não tenha ainda divulgado os autores distinguidos na 65.ª competição anual “Illustrators”, os premiados foram notificados e André Carrilho partilhou nas redes sociais que recebeu a medalha de ouro na categoria de livro ilustrado pelo livro “Senhor Mar”.
O trabalho premiado fará parte da exposição anual de ilustração da Society of Illustrators, em Nova Iorque, em data a anunciar, e do catálogo anual do prémio.
“Senhor Mar”, publicado em junho passado pela Bertrand, é o segundo livro ilustrado de André Carrilho para a infância.
O livro é sobre uma menina que, na praia, quer saltar para as ondas, mas tem de ouvir os conselhos dos pais e respeitar o mar.
“Estava na praia com a minha filha e ela queria atirar-se para dentro do mar, com umas ondas muito grandes, sem se aperceber do perigo. E comecei a conversar com ela sobre as características do mar, sobre os perigos, as coisas boas, as coisas más. (…) Quando lhe disse que tinha de respeitar e ter cuidado, para não se atirar às ondas, ela disse: ‘Eu tenho cuidado, senhor mar'”, explicou André Carrilho, à agência Lusa.
“Senhor Mar” saiu dois anos depois de André Carrilho ter publicado “A menina com os olhos ocupados”, já distinguido com vários prémios, nomeadamente o Prémio Nacional de Ilustração e uma medalha de ouro também da Society of Illustrators.
Os dois livros têm pontos de contacto: ambos são protagonizados por uma menina, estão escritos em rima, há uma relevância maior da ilustração, feita em aguarela e trabalhada em digital, e uma temática subjacente à narrativa.
Com mais de duas décadas de trabalho na ilustração, em animação e sobretudo em caricatura e cartoon, áreas que lhe valeram vários prémios internacionais, André Carrilho encontrou no livro ilustrado um caminho novo de trabalho.
“Com o primeiro livro percebi que os leitores mais novos são leitores mais atentos e vivem os livros de uma maneira que acho muito interessante e gratificante. Foi um livro muito pessoal que fiz sem ter nenhuma espécie de expectativa de retorno. O que me fez pensar foi que quanto mais pessoal for, e quanto mais coisas fizer que me são caras, talvez seja um bom caminho de futuro, uma boa maneira de orientar a minha carreira”, disse.
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