Em comunicado enviado à agência Lusa, a MdM frisa que já conseguiu ajudar, "num ano de intervenção, mais de mil pessoas nas regiões afetadas pelos incêndios", com o apoio de mais de 3.500 voluntários, tendo a Missão e Projeto Esperança abrangido, até ao momento, mais de 100 ações de limpeza de escombros e de terrenos e a plantação de mais de 5.500 árvores.
"Só na vila de Castanheira de Pera, um quarto da população recebeu cuidados médicos e psicossociais", adianta.
Citada na nota, Carla Paiva, diretora executiva da Médicos do Mundo, afirma que a organização luta contra todas as doenças, até mesmo a injustiça".
"E foi uma injustiça o que aconteceu a estas populações. Não podíamos, por isso, deixar de ir para o terreno e de dar o nosso contributo para atenuar os efeitos desta catástrofe", afirma.
A Mdm chegou às regiões afetadas pelos incêndios a 22 de junho de 2017, cinco dias depois do fogo que eclodiu em Pedrógão Grande, com a Missão Esperança, "a primeira missão de emergência da organização em território nacional, com o objetivo de coordenar ações de voluntariado e de logística e realizar limpeza de escombros, recuperação de infraestruturas e de reflorestação, entre outros trabalhos".
Esta intervenção de emergência, iniciada em Castanheira de Pera, distrito de Leiria, estendeu-se depois, em outubro, a Santa Comba Dão e a Oliveira de Frades, no distrito de Viseu.
Com o apoio de voluntários de todo o país, a Mdm diz ter concentrado primeiro a sua intervenção na prestação de cuidados básicos de saúde e na triagem e distribuição de bens de primeira necessidade.
Segundo o comunicado, depois foram realizadas outras atividades, nomeadamente mais de 100 ações de limpeza de escombros e de terrenos, a plantação de mais de 5.500 árvores, a reposição de quase 30 hortas e 17 pastos e a construção de seis anexos.
Durante a intervenção de emergência em Castanheira de Pera, a Médicos do Mundo identificou muitas situações de vulnerabilidade "de pessoas a viver sozinhas, em ambiente de pobreza extrema e sem acesso a cuidados básicos de saúde", sustenta Carla Paiva, motivo que levou a organização a manter-se no concelho "com uma intervenção mais direcionada às questões de saúde", tendo iniciado, em setembro, o Projeto Esperança, "um projeto de continuidade, com duração de um ano, que sucedeu à missão de emergência, com o intuito de assegurar cuidados médicos e psicossociais à população local".
O projeto já atendeu cerca de um quarto da população da vila de Castanheira de Pera", adianta a MdM, explicando que numa primeira fase os tratamentos incidiram sobretudo nas queimaduras provocadas pelos incêndios, mas, agora, "as situações identificadas relacionam-se com doença mental ou não diagnosticada ou descompensada, nomeadamente hipertensão e diabetes".
De acordo com o comunicado, os técnicos da equipa de saúde da MdM "fazem triagem e avaliam situações sinalizadas, atendem pessoas com necessidades sociais, dão consultas de enfermagem e monitorizam o seu estado de saúde", tendo até ao momento sido realizadas cerca de 600 visitas domiciliárias, mais de 400 consultas de enfermagem e um número acima de 50 encaminhamentos para estruturas de saúde.
A organização disponibiliza ainda atividades de terapia ocupacional "através da integração de voluntários e estagiários, com formação na área, que asseguram a reposição das rotinas e da qualidade de vida dos habitantes".
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