José Cid recebeu esta quarta-feira, em Las Vegas, o seu prémio Grammy de Excelência Musical. E na hora de subir ao palco, no discurso de agradecimento, começou desde logo por pedir desculpas: ia falar na sua língua, a "língua de Camões, a língua de Fernando Pessoa". O vídeo foi publicado na sua página de Facebook.
Já depois de subir ao palco, pediu para que visitassem a "maravilha que é Portugal", mas lembrou que, no que ao talento musical diz respeito, não está sozinho no país.
"Eu não estou sou sozinho. Tenho mais dez cantores da minha geração e mais dez cantores, ou mais, da nova geração fantásticos. Grandes poetas, grandes músicos, grandes cantores", disse.
José Cid pediu também um "aplauso ao meu irmão da música, aqui presente, o Tozé Brito".
Depois, prometeu que vai continuar a fazer as suas canções. Mas não só sobre o amor, mas também aquilo que considera serem os temas que merecem ser ouvidos.
"Vou continuar a cantar, a cantar as minhas canções de amor, as minhas canções de ternura, mas também as minhas canções de ódio, contra a segregação racial, contra o racismo, contra a energia nuclear e contra a poluição, a favor das pessoas que mais necessitam, a favor deste planeta", disse.
Antes de se despedir e sair do palco, brindou os presentes com os versos de "Nasci p'ra música".
O Grammy de Excelência Musical é atribuído "a artistas que fizeram contribuições de significado artístico excecional para a música latina”, de acordo com informação disponível no 'site' da Academia.
Além de José Cid, também Eva Ayllón, Joan Baez, Lupita D’Alessio, Hugo Fattoruso, Pimpinela, Omara Portuondo e José Luis Rodríguez “El Puma” receberam hoje o mesmo galardão.
Na página oficial da Academia Latina de Gravação é referido, num pequeno texto dedicado ao músico português, que José Cid “adaptou-se sem esforço a influência da música popular anglo saxónica ao estilo original do pop rock português”.
“Em 1956, o surgimento de sua banda cover Os Babies marcou um momento de ‘antes e depois’ para o pop rock em Portugal. O seu próximo grupo, o Quarteto 1111, criou as bases do rock português, com uma forte tonalidade psicadélica e lançamentos inovadores, como o enorme sucesso de 1967 ‘A Lenda De El-Rei D. Sebastião’. Continuando como artista a solo, em 1978 lançou ‘10000 Anos Depois Entre Vénus e Marte’, considerado uma obra-prima do rock progressivo”, salienta a mensagem da Academia.
O texto acrescenta que José Cid tem “dezenas de sucessos”, continuando a ser “uma grande atração em concertos em Portugal”.
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