O júri daquele prémio literário decidiu atribuir por unanimidade o prémio a “Pedra Branca”, livro que aborda a história de Rosa Feldman, filha de emigrantes judeus da Polónia nascida no Brasil e que mais tarde se instalou em Portugal, numa vida que percorre a história do século XX.
A obra do antropólogo Miguel Vale de Almeida e de Ethel Feldman, filha de Rosa, “apresenta uma riqueza e uma originalidade que vão além da questão do género, que a sua forma coloca – e que aliás a própria designação do prémio acolhe” -, salientou o júri do prémio, citado na nota de imprensa da Câmara de Coimbra enviada à agência Lusa.
“Entendido como uma ‘experimentação’, desconfiando da ‘ilusão biográfica’, este livro toca num ponto essencial e sensível: o do valor absoluto da pessoa humana, num contexto histórico complexo, fora de qualquer brilho ou notoriedade”, realçou o júri coordenado por José Manuel Mendes e constituído por Cristina Robalo Cordeiro, Fernando Batista e Helena Carvalhão Buescu.
Na sua fundamentação, o júri considerou que se trata de “um excelente exemplo de como a biografia de uma época (grosso modo, o século XX) se casa na perfeição com uma história pessoal de vida, que faz da biografia de uma pessoa (Rosa) um retrato de uma família e um retrato social (conjugado com o seu ‘ethos’)”.
“As duas perspetivas diferentes, uma mais pessoal e outra de cariz antropológico, conjugam-se aqui de forma complementar e enriquecedora”.
O Grande Prémio de Literatura Biográfica Miguel Torga é uma iniciativa conjunta da Associação Portuguesa de Escritores e da Câmara Municipal de Coimbra.
O prémio, ao qual concorreram 21 obras publicadas em 2022, tem um valor monetário de 12.500 euros.
A cerimónia de entrega do galardão irá decorrer a 04 de julho, no Dia da Cidade de Coimbra.
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